O Estágio Supervisionado Obrigatório ocupa um importante espaço no debate sobre as licenciaturas, pois ele implica entrelaçamentos entre Universidade e Escola, teoria e prática, ação e reflexão. No seu decurso, o papel dos supervisores de estágio é crucial, pois depende de sua ação o estabelecimento de condições de diálogo do licenciando com a realidade da escola. Nesse contexto, questionamos: quais papéis são atribuídos ao professor supervisor de estágio? O que o professor supervisor espera dos estagiários? Buscamos perceber confluências e dissonâncias no modo como os professores supervisores encaminham esse momento formativo e quais saberes docentes priorizam. Trata-se de estudo qualitativo. Na primeira etapa, o corpus foi constituído pelo Regulamento de Estágio Supervisionado e pelos planos das disciplinas dos estágios dos três últimos anos, do Curso de Licenciatura em Matemática do Campus do Araguaia, da UFMT. O olhar para os dados ocorreu via análise de conteúdo, referenciada pela literatura acerca da formação da identidade docente. Na segunda etapa da pesquisa, utilizamos a narrativa de vida profissional de um professor supervisor da educação básica, que há cerca de vinte anos têm recebido estagiários do Curso. Foi detectada grande confluência entre a fala de professor supervisor e o preconizado no PPC, com relação aos saberes importantes para o exercício da profissão e quanto ao papel do estagiário. Entretanto, percebemos que o Regulamento de Estágio dedica pouco espaço aos professores supervisores, contrastando com o espaço dedicado aos professores orientadores e aos estagiários. Os subsídios para a atuação do professor supervisor são explicitados em reuniões com os professores orientadores, formadores da UFMT Araguaia. As dissonâncias se devem à preocupação do professor supervisor com a definição de estratégias adequadas ao enfrentamento das dificuldades decorrentes da grande diversidade no grau dos conhecimentos prévios dos estudantes, preocupação não detectada nos documentos do Curso.