Esta pesquisa doutoral objetivou analisar as condições de acessibilidade de graduandos/as autistas brasileiros/as a partir de uma análise sociodemográfica e da percepção de estudantes autistas, professores e gestores. Teoricamente apoiou-se nos Estudos da Deficiência na Educação e no Desenho Universal para Aprendizagem. A abordagem foi multimétodos, de natureza exploratória e descritiva e de corte transversal, por meio de análise documental dos dados do INEP entre 2011 e 2016 e análise qualitativa de questionário com dez gestores, dez professores e dez graduandos autistas, bem como de entrevista semiestruturada com quatro desses graduandos. Os resultados indicaram que haviam 546 estudantes autodeclarados autistas (0,01% do total de estudantes matriculados em 2016), majoritariamente brancos, do sexo masculino e residentes no Sudeste ou Nordeste, com ingresso por meio de vestibular, em IES privadas, em cursos presenciais das áreas de Ciências Sociais, Negócios e Direito. Para os gestores os setores de acessibilidade realizam várias ações para garantia de acesso e permanência desses, mas a acessibilidade é predominantemente considerada como regular. Para os professores, a barreira metodológica e atitudinal são as que mais aparecem, mas em contraponto, nesses mesmos quesitos estão os facilitadores mais evidenciados. Os autistas relataram o capacitismo presente nas relações acadêmicas; que há um despreparo geral no atendimento à eles/as; que são diversas as barreiras nesse espaço, destacando-se as barreiras comunicacionais, arquitetônicas e atitudinais. Já os facilitadores, são decorrentes de ações individuais dos docentes e das ações dos setores de acessibilidade. Constatou-se que a acessibilidade oferecida de forma satisfatória ainda não é uma realidade.