Os resíduos sólidos, em geral, apresentam elevadas quantidades de materiais com características tóxicas. No caso dos Resíduos Sólidos Orgânicos (RSO), que são apresentados como não inertes e não perigosos, seu potencial tóxico pode estar associado à falta ou ineficiência da segregação na fonte geradora. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade dos RSO de uma instituição de ensino com base em indicadores físico-químicos e fitotoxicológicos. Para isso, foi confeccionado e instrumentado um biorreator de bancada, em tubo de PVC, com volume de 0,03 m3 e dimensões de 0,90 e 0,20 m de altura e diâmetro interno, respectivamente. O reator foi preenchido com RSO provenientes do restaurante da Escola Cidadã Integral Severino Cabral, localizada na cidade de Campina Grande, Paraíba, Brasil. As amostras de resíduos depositados no biorreator foram coletadas quinzenalmente, por um período de 355 dias, para realização das análises do pH, metais pesados, tais como Alumínio, Chumbo, Ferro, Manganês e Zinco (Al, Pb, Fe, Mn e Zn) e testes de fitotoxicidade em sementes de tomate (Solanum lycopersicum) e repolho (Brassica oleraceae). Para a análise da toxicidade dos metais nos RSO foram avaliadas 8 amostras, denominadas de A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7 e A8. As concentrações dos metais nos RSO apresentaram-se acima dos limites máximos permitidos para os testes solubilização, conforme Anexo G da NBR 10.004/2004. Em relação aos testes de fitotoxicidade, o Crescimento Relativo da Raiz (CRR) médio, para as sementes de tomate e repolho, foi de 61,9±20,8% para as sementes de tomate e de 40,4±12,3%, respectivamente. Concluiu-se que os resíduos orgânicos da instituição foram classificados como resíduos Classe IIA, conforme a classificação da norma brasileira, no entanto, os metais presentes nos RSO, à exceção do Al, se mostraram tóxicos à germinação e ao crescimento das sementes de tomate e de repolho.