As populações territorialmente definidas como rural e urbana são marcadamente diferentes no que se refere ao acesso e à utilização de serviços de saúde, com desvantagens para as populações rurais, que dispõem de menor cobertura médica, menor disponibilidade de serviços e exames e piores condição de saúde. A partir disto, destaca-se a necessidade de estudos que contemple o processo de envelhecimento no âmbito rural, notadamente no que se refere às vulnerabilidades em saúde. O estudo teve por objetivo analisar o acesso e uso dos serviços de saúde em cidades rurais na perspectiva de pessoas idosas residentes em municípios paraibanos. Participaram 202 pessoas idosas com idades variando de 60 a 92 anos (M=68,57; DP=6,52), sendo a maioria do sexo feminino (67,8%). Como instrumento de coleta de dados, foram utilizados um Questionário sociodemográfico e um Questionário de Avaliação dos Serviços de Saúde. Os dados foram analisados através de estatística descritiva. Em geral, o acesso aos serviços de saúde foi percebido de forma positiva. Os resultados evidenciaram demandas em relação ao uso dos serviços disponíveis, tais como a disponibilidade de medicamentos, além da falta de equipamentos necessários para o atendimento e para a realização de exames, o que aponta para a dimensão programática da vulnerabilidade. O atendimento dos profissionais foi considerado positivo. Não obstante, a maioria dos participantes afirmaram que os profissionais de saúde não demonstram interesse pelas suas condições de vida. Aspectos como trabalho, moradia e lazer colaboram para a disponibilidade ou não de recursos necessários para cuidado da própria saúde.