Em função das transformações biopsicossociais e o isolamento a que são submetidos os idosos institucionalizados, é frequente a solidão e a falta de diálogo, ainda que estes residam em espaços coletivos como as Instituições de Longa Permanência para Idosos - ILPIs. Nesse sentido, compreendemos que são necessárias ações que promovam o bem-estar, saúde e interação social que minimizem a carência afetiva e emocional entre os idosos institucionalizados. Conforme preconiza o Ministério da Saúde, a literatura de cordel apresenta-se como um importante recurso de apoio às ações de promoção à saúde. Por esta via é possível o compartilhamento de saberes, experiências e práticas sociais que refletem a cultura e a história individual promovendo a interação entre os sujeitos sociais, a exemplo dos idosos. Nessa perspectiva, apresentamos um relato de experiência acerca de uma proposta de intervenção elaborada por discentes vinculados ao curso de Psicologia da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, a ser realizada no Lar da Sagrada Face, localizado no município de Lagoa Seca - PB. Nesta atividade busca-se, ao longo de 10 encontros quinzenais, propiciar um espaço de escuta e compartilhamento de saberes, utilizando a literatura de cordel como elemento cultural e identitário dos idosos institucionalizados. Esta experiência nos permitiu ampliar o olhar para as vulnerabilidades e limitações impostas a este grupo social bem como atentar para a importância da literatura de cordel, na medida em que, esta pode nos auxiliar a compreender como os idosos compartilham, criam e atribuem significados às suas vivências. Observamos que a Psicologia pode ofertar um apoio significativo a partir de uma escuta qualificada e da utilização de técnicas e intervenções que atendam as demandas resultantes das especificidades do envelhecimento, contribuindo assim para o bem-estar e a saúde mental do idoso.