Com a crise sanitária decorrente da pandemia da Covid-19, todo o mundo vivenciou estratégias preventivas como o isolamento e o distanciamento social afim de minimizar o contágio pelo coronavírus. Para que a educação não parasse, as escolas passaram pela transição do ensino presencial para o remoto, adaptando as propostas e as atividades de ensino e de aprendizagem. Isso, sem dúvidas, acabou afetando a saúde mental de discentes e docentes. O presente trabalho objetivou identificar as percepções de professores(as) de uma escola pública de Ensino Médio, localizada no município de Acopiara/CE, sobre saúde mental em tempos de pandemia da Covid-19. Trata-se de uma pesquisa básica de abordagem quali-quantitativa, recorte de um estudo mais amplo, envolvendo 6 professores e 9 professoras da escola escolhida como lócus da investigação. Inicialmente, fez-se uma sondagem para verificar os sentimentos dos sujeitos frente à pandemia e os desafios decorrentes dela. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário semiestruturado contendo 10 perguntas objetivas e subjetivas. A participação foi voluntária e anônima, amparada nos aspectos éticos e legais da resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os resultados sinalizam que a maioria dos docentes (80%) teve sua saúde mental fragilizada nesse período atípico. Foram destacadas as sensações de gratidão pela vida, cansaço mental, sobrecarga, frustração e medo. O estresse também foi citado como algo que foi afetado, uma vez que muitos disseram ter ficado sem paciência em alguns momentos. Além disso, a ansiedade foi citada por 42% dos sujeitos como um transtorno desenvolvido da pandemia. Considera-se que as atribuições e demandas decorrentes do ensino remoto e as mudanças oriundas da pandemia da Covid-19 contribuíram para que os(as) docentes sentissem que a saúde mental foi afetada durante esse período. Isso reforça a ideia de que o atendimento especializado é indispensável por auxiliar positivamente esses profissionais.