Conhecida como tripanossomíase americana, a Doença de Chagas (DC) é uma condição que representa um grande problema de saúde pública na América Latina. As concepções atuais da educação em saúde, dominante nas reflexões teóricas, mostram que o processo teórico-prático devem focar e integrar os vários saberes, sejam estes científicos, populares e de conhecimentos cotidianos, permitindo aos sujeitos uma visão crítica. O uso do multiculturalismo no ensino é considerado uma estratégia em que possibilita um ensino democrático e, assim, possibilita uma melhor contextualização do processo de ensino-aprendizagem. A educação multicultural pode não só desenvolver métodos educacionais excludentes, mas sobretudo fazer nascer uma educação para a cidadania. Este trabalho trata-se de um recorte de uma tese de doutorado em desenvolvimento, onde propormos uma revisão narrativa com objetivo de discutir como a abordagem multicultural pode contribuir no contexto da educação em saúde e da doença de Chagas. Com viés plural, o multiculturalismo costuma se referir nas mudanças populacionais e culturais da sociedade moderna. Elementos da cultura podem ser mobilizados para o desenvolvimento de uma educação em saúde mais alinhada à comunidade, no âmbito escolar ou não. Nas ações de educação em saúde é necessário que os recursos empregados contemplem as diferentes dimensões do processo saúde-doença e sejam atrativos para o público que se destinam. Sob o ponto de vista do multiculturalismo, a DC apresenta elementos culturais em sua construção, como problemas sociais e público, que devemos considerar para o ambiente de ensino-aprendizagem de forma a contemplar sua diversidade cultural. Nesse contexto, a doença de Chagas pode ser discutida de forma inclusiva e horizontalizada, em sala de aula ou fora dela, a partir de novas perspectivas.