O volume de lixiviado gerado em aterros sanitários é influenciado por vários fatores naturais e antrópicos, dentre os quais a precipitação merece destaque, pois pode interferir direta e indiretamente na vazão desse subproduto. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a influência da precipitação na vazão de lixiviado produzida no Aterro Sanitário em Campina Grande (ASCG), localizado na área de abrangência do Semiárido Brasileiro, a fim de obter dados preliminares que sirvam de base para a tomada de decisão. As vazões de lixiviado no ASCG foram aferidas manualmente, in loco, com uma frequência mensal e em triplicata, durante os meses de agosto/2017 a dezembro/2019. Para a precipitação, coletou-se uma série histórica de dados, que contemplou os anos de 1995 a 2019. Os dados, tanto de vazão quanto de precipitação, foram estatisticamente tratados por meio da análise descritiva, matriz de correlação de Pearson e regressão linear simples. Observou-se que, em alguns meses do período analisado, as pluviometrias médias mensais foram consideradas altas, contudo, foram determinadas baixas vazões de lixiviado. Por outro lado, em meses que ocorreram baixas precipitações, foram verificadas altas vazões de lixiviado, que podem estar relacionadas à prática de recirculação de lixiviado realizada no ASCG. Esses resultados indicaram uma baixa correlação entre as variáveis precipitação e vazão, porém quando os dados foram agrupados em períodos secos e chuvosos, a precipitação se correlacionou positivamente e fortemente com a vazão de lixiviado medida. Concluiu-se que a recirculação de líquidos foi considerada a principal interferência externa, evidenciada sobretudo em meses com baixas precipitações e altas vazões de lixiviado. Portanto, para uma análise mais aprofundada sobre a temática abordada, propõe-se a realização de estudos que também considerem a quantificação do volume de lixiviado utilizado no processo de recirculação no ASCG.