Partindo da relação onto-histórica que a educação tem com o ser social, o presente trabalho pretende apontar e refletir como a conexão intrínseca que há entre a classe hegemônica e a educação afeta a sociedade. Ademais, é necessário entender como o processo de "tradutibilidade" discorrido por Gramsci pode servir como ferramenta para a educação do subalterno, para que este possa alcançar a sua emancipação. Nesse sentido, é mister tomar como referencial os Cadernos do Cárcere de Gramsci (1999), além de fundamentos da Filosofia da Práxis e do Materialismo Histórico Dialético. Como metodologia, utilizou-se uma pesquisa de cunho bibliográfico. Percebe-se, com o aprofundamento nas leituras, que o sistema capitalista não só favorece a classe dominante, como também utiliza a educação como um aparelho de manutenção hegemônica para preservar a desigualdade existente. Essa desigualdade entre a estrutura e superestrutura é nítida ao analisar um dos pilares que sustentam essa pirâmide, a Educação, que ao invés de ser igual, universal e consciente da subjetividade do ser, é reprodutivista, tecnicista, imediatista e unilateral. Essas características fortalecem o sistema capitalista alimentado de produção e reprodução, mas a luta de classes defende a possibilidade de modificar esse cenário mesmo que seja árduo, é imprescindível que haja resistência pela classe subalternizada. Estes precisam de uma educação que fomente o pensar crítico e consciente da realidade histórico-concreta para assim modificá-la. Nesse segmento, a fim de conquistar uma educação igual, surge a proposição da "tradutibilidade" enquanto um princípio crítico como um meio para aproximar as realidades. Além disso, trazer as concepções da filosofia da Práxis, como o método de aliar o concreto com o abstrato, a teoria e a prática, a fim de alcançar o intelectual e toda uma estrutura que está demasiadamente estagnada.