A escola unitária forjada por Gramsci (2001) tem o intuito de tecer uma práxis pedagógica que busca apresentar subsídios para a emancipação da classe trabalhadora. Desse modo, o currículo proposto por essa teoria partia de uma educação desinteressada (GRAMSCI, 2004), pois não convergia com a educação tradicional, esta que no contexto histórico de Gramsci era representada pela escola humanista da Itália. Em face do exposto, é possível afirmar que a proposta curricular da escola unitária, desenvolvida por Gramsci (2001), tinha como fim último a formação humana (SAVIANI; DUARTE, 2012). Sendo assim, o presente texto busca refletir acerca da formação humana presente no currículo na Escola Unitária de Gramsci. Para tanto, o percurso metodológico traçado para a realização deste trabalho parte da pesquisa bibliográfica (GIL, 2002) e está pautado no materialismo histórico dialético e na filosofia da práxis (MARX, 2004). Na concepção de Marx (2004), a escola unitária deve estar voltada para o mundo do trabalho, isto é, a atividade vital do ser humano. Entretanto, Gramsci (2001) elucida que o currículo da escola deve romper com a dicotomia de trabalho manual e intelectual, gestando, assim, uma unidade de ensino. Além disso, a escola unitária tem o intuito de formar discentes com subsídios teóricos e práticos, tanto para governar quanto para ser liderado (GRAMSCI, 2001), devendo ser ofertada para os/as discentes uma formação humana plena. Partindo desse pressuposto, é mister destacar que, na compreensão de Marx (2004), ao passo que as pessoas transformam a natureza também transformam a si próprias, ou seja, se humaniza. Portanto, a escola unitária (GRAMSCI, 2001), diante da sua intrínseca relação com o trabalho e com a emancipação, possibilita a formação humana dos/as seus discentes.