Os agrotóxicos são compostos químicos utilizados para o controle de pragas agrícolas, proporcionando um aumento da produtividade na agricultura. No entanto, estas substâncias persistentes no ambiente podem desencadear efeitos nocivos à saúde humana. Para melhor compreensão dos efeitos de poluentes ambientais, como os agrotóxicos, muitos organismos têm sido utilizados como biomodelos em pesquisas, incluindo a espécie vegetal Allium cepa. O bioensaio com Allium cepa é amplamente utilizado para avaliar os efeitos citotóxicos, genotóxicos e mutagênicos de vários contaminantes ambientais, pois apresenta vantagens como número reduzido de cromossomos (2n=16), baixo custo, facilidade de armazenamento e manuseio e boa correlação com os sistemas-testes animais. Este trabalho teve como objetivo avaliar pesquisas atuais que reportassem o uso do sistema teste de Allium cepa na análise do potencial genotóxico de diferentes de agrotóxicos. O estudo foi realizado por meio de uma revisão bibliográfica e abrangeu pesquisas publicadas entre 2017 e 2021, disponíveis em bancos de dados online, como o SciELO, Periódicos CAPES e Google Acadêmico. A busca dos artigos foi realizada utilizando a combinação das palavras-chave “agrotóxicos” “genotoxicidade” e “Allium cepa”, em português e em inglês, sendo selecionados 15 artigos científicos para serem analisados. As pesquisas analisadas avaliaram o potencial genotóxico de 18 ingredientes ativos de agrotóxicos. Os agrotóxicos foram compostos em sua maioria por herbicidas (44,4%), seguido de inseticidas (38,9%) e fungicidas (16,7%). A grande maioria dos compostos (94,4%) foram considerados genotóxicos para o biomodelo Allium cepa, induzindo diferentes alterações cromossômicas. 77,8% dos agrotóxicos induziram a formação de micronúcleos e 22,2%, outras alterações. Os resultados indicaram que o teste vegetal com Allium cepa tem sido eficiente para avaliação dos possíveis efeitos genotóxicos de diferentes agroquímicos, sendo importante para o monitoramento ambiental desses contaminantes.