O avanço das políticas públicas de saúde e da qualidade de vida como um todo nos últimos anos, possibilitou que pessoas com deficiência intelectual, apesar das barreiras enfrentadas em uma sociedade estruturalmente não preparada e que não fomenta de forma satisfatória e adequada a inclusão social desses sujeitos, alcançassem maior longevidade. Porém, o aumento da expectativa de vida não conflui com o aumento da qualidade do suporte familiar e social, necessários para propiciar os estímulos ambientais, que se relacionam diretamente ao bom desenvolvimento das funções executivas cerebrais. É sabido que a deficiência intelectual imbrica alterações cognitivas e funcionais, bem como o próprio processo biológico do corpo no envelhecer contribui na alteração e declínio dessas funções. Desse modo, os idosos com deficiência intelectual defrontam-se com um duplo desafio. Pensando nisso, esse trabalho tem como objetivo refletir por meio de uma revisão bibliográfica narrativa, as implicações do cuidado familiar e das relações sociais no funcionamento cognitivo dos idosos com deficiência intelectual, no que tange a pensar sobre como esse cuidado e a existência ou ausência de estímulos adequados podem potencializar e manter as habilidades desses sujeitos ou contribuir para estagnação e o declínio dessas funções. Para tal, baseou-se na literatura especializada por meio de artigos científicos encontrados nas bases eletrônicas Scielo e Google Scholar, recorrendo aos descritores: “Idosos”; “Deficiência intelectual”; “Cognição”; “Cuidado familiar”; “Relações”, e procurou-se por artigos publicados entre 2010-2022, em português, inglês ou espanhol, na íntegra. Dentre os resultados salienta-se a ausência de políticas públicas e suporte dos equipamentos de saúde e reabilitação no cuidado dos idosos com deficiência intelectual e o enfrentamento e abandono que essa população fica à mercê nessa fase da vida, gerando impactos que contribuem para o envelhecimento precoce bem como para o declínio funcional e cognitivo acelerado.