A comunicação se constrói a partir de uma questão que, embora sem ser nova, aponta para uma fragilidade tanto do ensino quanto da literatura: por que, na escola, a política do “gosto médio” parece gerir as escolhas das narrativas de ficção? Estas se mantêm, assim, numa condição de “sem-lugar” definido a partir do papel secundário que lhes é designado. De fato, trata-se de reivindicar para o texto ficcional infantil e infanto-juvenil um lugar mais adequado, tendo-se como hipótese de que isso só seria possível se houvessem condições de leitura (instrumentalização crítica e teórica, como se queira) para tratar daquilo que lhe é próprio. Reivindicar a propriedade, nesse sentido, refletiria uma política de ensino distinta da que parece estar posta.