NESTE ARTIGO DISCUTE SENTIDOS PRODUZIDOS PELO GRAFITE, POR SER ESSA ARTE UM MODO DE DENÚNCIA SOCIAL E DE RESISTÊNCIA ÀS POSIÇÕES OPRESSORAS E HEGEMÔNICAS. CONSIDERANDO QUE OS GRAFITES SÃO DEMARCADOS COMO FENÔMENO SOCIAL DE INTERVENÇÃO E DE PROPOSIÇÃO DE UMA NOVA LINGUAGEM ESTÉTICA NA E PARA A CIDADE, OPTAMOS PELOS PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE DE DISCURSO FRANCESA POR ELA DESTACAR QUE OS PROCESSOS CONSTITUINTES DA PRÁTICA DA LINGUAGEM E DA PRODUÇÃO DE SENTIDOS SÃO HISTÓRICO-SOCIAIS E O DISCURSO, EFEITO ENTRE OS INTERLOCUTORES. DESSE MODO, NOSSO CORPUS É CONSTITUÍDO PELA FOTOGRAFIA DE UM GRAFITE LOCALIZADO NUMA DAS PAREDES DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL DA REGIÃO NORTE. DESSE MODO, NOSSO REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO ANCORA-SE EM PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE DE DISCURSO, PRINCIPALMENTE DE AUTORES COMO ORLANDI (1988, 1998, 2001, 2015) E PÊCHEUX (2014), POIS TRAZEM O DISCURSO COMO MATERIALIZAÇÃO DE IDEOLOGIAS, O QUAL SE MATERIALIZA NA LÍNGUA, POR MEIO DE ENUNCIADOS QUE APONTAM FORMAÇÕES DISCURSIVAS, IDEOLÓGICAS E IMAGINÁRIAS, NAS RELAÇÕES PARAFRÁSTICAS E POLISSÊMICAS ACIONADAS PELA MEMÓRIA DISCURSIVA, MOBILIZADA NA PRODUÇÃO DOS ENUNCIADOS E DOS SENTIDOS. NESSA LINHA, OS SENTIDOS DE UM DISCURSO NÃO SE FECHAM EM SI MESMOS, VISTO QUE, NA PERSPECTIVA PECHEUXTIANA, O EFEITO DE UNIDADE DE UM TEXTO DESAPARECE, JÁ QUE OS SENTIDOS NÃO FICAM ENCLAUSURADOS APENAS NAS PALAVRAS. DADOS OS DISPOSITIVOS ANALÍTICOS ACIONADOS NO DECORRER DA FORMULAÇÃO DESTE ARTIGO, NOSSA ANÁLISE APONTA COMO O AMBIENTE ESCOLHIDO PARA CIRCULAÇÃO DO GRAFITE, OBJETO DESTE ESTUDO, IMPLICA MODO DE RESISTÊNCIA À IDEOLOGIA DOMINANTE NA ESFERA POLÍTICA E ACADÊMICA DO MOMENTO PRESENTE BRASILEIRO.