EM FUNÇÃO DA COLONIEDADE DO SER, DA COLONIEDADE DO PODER E DA COLONIEDADE DO SABER (LUGONES, 2020), O APAGAMENTO DE TUDO QUE OS POVOS ORIGINÁRIOS PRODUZIRAM ENQUANTO CONHECIMENTO E CULTURA, FUNCIONOU HISTORICAMENTE COMO UMA FERRAMENTA SOFISTICADA DA MODERNIDADE DO CAPITALISMO GLOBAL PARA ARQUITETAR A SOCIEDADE NUMA PERSPECTIVA EUROCÊNTRICA. NESSE CONTEXTO DO IMPERIALISMO CULTURAL, A LITERATURA E OS SABERES DESSES POVOS FORAM EXCLUÍDOS DOS CÂNONES FORMADOS PELAS INSTITUIÇÕES DO PODER, QUE CONTROLARAM AQUILO QUE A SOCIEDADE DEVERIA OU PODERIA SABER, TRAZENDO EFEITOS IRREVERSÍVEIS PARA A FORMAÇÃO COGNITIVA DE MUITAS SOCIEDADES QUE FORAM MOLDADAS NA PERSPECTIVA DA CULTURA DO COLONIZADOR. CONTUDO, NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA, OBSERVAMOS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS QUE ESTABELECEM UMA VERDADEIRA DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA (MIGNOLO, 2007) E REIVINDICAM A CONDIÇÃO DE HUMANIDADE DESSES POVOS. ESSE É O CASO DA PRODUÇÃO ESCRITORA INDÍGENA AURITHA TABAJARA, QUE É POETA, CORDELISTA E CONTADORA DE HISTÓRIAS. CONSIDERANDO A NECESSIDADE DE DESCOLONIZAR NOSSAS MENTES, A PRESENTE PESQUISA INVESTIGA SE A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA COM OS CORDÉIS DO LIVRO CORAÇÃO NA ALDEIA, PÉS NO MUNDO (2018) DE AURITHA TABAJARA, PODE PROMOVER O LETRAMENTO ÉTNICO-RACIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA E RESSIGNIFICAR A MEMÓRIA, A IDENTIDADE E A HISTÓRIA FRAGMENTADA DESSES POVOS ORIGINÁRIOS. DESSA FORMA, PARTINDO DOS PRESSUPOSTOS DO LETRAMENTO RACIAL CRÍTICO (FERREIRA, 2014), E DO LETRAMENTO ÉTNICO-RACIAL AQUI ESTABELECIDO, BUSCAMOS ESPECIFICAMENTE INVESTIGAR COMO A LITERATURA INDÍGENA PODE EMANCIPAR SUJEITOS E EDUCÁ-LOS NUMA PERSPECTIVA ANTIRRACISTA E DECOLONIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA.