A educação é uma necessidade inquestionável e sua presença nas nossas vidas é um importante mecanismo de socialização dos conhecimentos humanos. Com isso, ela se torna um instrumento capaz de garantir a sobrevivência da espécie, a continuidade das conquistas das gerações e a emancipação do ser humano. No entanto, a educação pública, enquanto responsabilidade do Estado, também pode funcionar como um forte instrumento para potencializar o sistema capitalista e, consequentemente, acentuar a divisão de classes. Com o término do feudalismo e a ascensão do sistema capitalista, a educação sofre uma nova reestruturação, visto que ela passa a ser um elemento de fundamental importância à consolidação do novo modelo econômico. No desafio de refletir sobre o papel da escola na sociedade, o presente artigo, tem como objetivo discutir o modelo de educação pública que emergiu no século XVIII durante a Revolução Francesa e como ele contribuiu para o fortalecimento do capitalismo. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica embasados em Enguita (1989), Rodríguez (2010) e Souza, Ferreira e Barros (2009). Ao longo da Revolução Francesa, a burguesia procurou consolidar a democracia burguesa. Para alcançar tal fim, buscou proporcionar uma educação que possibilitasse a participação do cidadão, mas ao mesmo tempo o preparasse para mantê-lo como servo do regime capitalista. O modelo proposto tinha como discurso o fim dos privilégios educacionais do clero e da nobreza, bem como a oferta de uma educação pública para todos os cidadãos. Mas, o que houve foi uma apropriação pela burguesia da máquina estatal para atender aos seus interesses com o pomposo discurso da educação para todos, fortalecendo assim, o capitalismo.