A necessidade de repensar as sistematizações conceituais e metodológicas da Educação Profissional justifica-se diante do que se está propondo e ampliando em termos educacionais para os Institutos Federais: formar jovens que transcendam as demandas técnicas do mundo do trabalho, articulando-as com a perspectiva de formação para o conhecimento reflexivo, crítico e relacional. Estudos sobre os processos do pensar e do aprender na contemporaneidade insistem que, além da acentuação do papel ativo dos sujeitos na aprendizagem, à educação tem como necessidade desenvolver habilidades de pensamento e competências cognitivas. Nesse sentido, buscamos discutir os desafios de uma abordagem metodológica que possibilite condições para o desenvolvimento cognitivo do aluno e do processo de aprendizagem. A proposta metodológica foi desenvolvida na disciplina de Máquinas e Instalações Elétricas do Curso Técnico em Automação Industrial do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS, Câmpus Rio Grande. Durante o processo de aprendizagem os assuntos foram explorados pelo mediador/professor e o grupo de alunos, de um modo aberto e significante. Nesse momento, passamos a questionar a validação desse método problematizando o real protagonismo do estudante diante do conjunto de ações que priorizam diálogo aberto e cooperação. Uma abordagem integrada entre diferentes atores, em diferentes tempos e espaços é percebida pelo estudante como atividade de aprendizagem? Em resposta a esses e outros questionamentos optamos por buscar no olhar do aluno uma perspectiva para o emaranhado de possibilidades educativas que estamos propondo para a Educação Profissional. Assim, as atividades passaram a contar com observação e registro de uma ex-aluna, familiarizada com o conteúdo e com as dificuldades vivenciadas pelos estudantes. A análise das observações iniciais realizadas pela aluna indicou a apropriação de procedimentos que compõe uma maneira distinta de pensamento, resultando na formação de uma postura ativa pelos estudantes. Por meio dessa atividade de aprendizagem, também verificamos que atitudes e habilidades de investigação foram desenvolvidas nos alunos, permitindo que se apropriassem de conhecimento. No momento em que o professor deixou de ter o controle do fenômeno e passou a mediar, a atividade de ensino/aprendizagem atingiu seu objetivo. A partir desse re-olhar sobre a abordagem de ensino proposta, ao mesmo tempo em que foi observado o desenvolvimento de uma série de potencialidades entre os alunos, diante do mesmo ambiente colaborativo, também se tornou evidente o desinteresse de alguns estudantes pela área técnica. Ao analisarmos as observações realizadas acerca da dinâmica assumida por cada indivíduo durante as atividades, percebemos claramente uma relação entre o comportamento dispersivo e o aprendizado, ressaltando ainda mais a necessidade do desenvolvimento de uma postura participativa pelos estudantes.