Atualmente a educação especial vem despertando interesses de pesquisadores e ampliando possibilidades de debates na área educacional, visando à efetivação e melhoria das políticas públicas educacionais. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é uma modalidade educacional oferecida aos sujeitos com necessidades educacionais especiais em determinadas Instituições ou Centros, oferecendo-lhes meios para desenvolver suas potencialidades. Este trabalho justifica-se por ressaltar a relevância da Orientação e Mobilidade (OM) utilizado no AEE na construção da autonomia dos sujeitos com cegueira ou baixa visão. Tendo como objetivo investigar a pertinência da OM no AEE e na construção da independência dos sujeitos com deficiência visual. Trata-se de uma atividade de observação da prática docente, realizada em um Centro de Atendimento Especializado. A metodologia para a coleta de dados foram às observações, os registros diários e o roteiro, transformados posteriormente, em um relatório diagnóstico. Segundo Nunes e Lomônaco (2010, p.56) a deficiência visual é causada por dois fatores: a cegueira e baixa visão; De acordo com Sá e Simões (2010, p.30) a cegueira é perda da visão, podendo ser causada por dois fatores: congênita e a adquirida. Segundo Domingues (2010, p.09) a baixa visão caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos. Entre as atividades desenvolvidas no AEE para sujeitos com deficiência visual na instituição destaca-se OM. A concepção de OM para deficientes visuais tem como objetivo capacitar os sujeitos para realizarem atividades cotidianas como: atravessar a rua, conhecer objetos, andar em áreas externas e internas de espaços, utilizar bengalas, subir escadas, entre outras. Atividades simples, mas que em decorrência da deficiência tornam-se limitadas. As concepções fundamentais para o desenvolvimento de procedimentos da OM são: O guia vidente: trata-se de uma pessoa para acompanhar e guiar o deficiente visual, onde o mesmo assumirá uma postura que é peculiar ao seu trabalho de orientação, com a utilização do braço, ombro ou punho; O cão guia oferece segurança na locomoção, facilita a socialização e ajuda a dar equilíbrio físico; A bengala, também utilizada na locomoção, para usá-la corretamente é necessária habilidade motora, boa percepção tátil-sinestésico, vivências pré-bengala, conhecimento e manipulação das técnicas da bengala. As posições realizadas na OM são: autoproteção, mudança de lado, passagens, aceita/ recusa de ajuda, entre outros. Através deste trabalho percebemos que após a OM os estudantes são capazes de locomover-se com segurança, reconhecer objetos, identificar sons, a fim de garantir sua integridade física. Concluímos que a OM é uma metodologia que garante aos indivíduos assumir sua independência para realizar as atividades cotidianas que antes, estavam limitadas por causa da ausência de adaptação à deficiência. A OM é eficaz na busca da independência dos sujeitos com cegueira, pois permite que desenvolvam a autonomia, a criticidade, o potencial, a autoestima, a confiança e a socialização. Faz-se necessário que se construa uma ponte entre as Universidades e o AEE, onde os universitários, futuros docentes possam aprender utilizar estes instrumentos ainda nas universidades. Para que possam estar habilitados, para atender as novas demandas do sistema educacional e oferecer uma educação com mais qualidade aos estudantes.