No intuito de apresentar as intrínsecas relações entre o fundamento ontológico do pensamento e da atividade humana e o processo de hominização e humanização do homem, expomos, neste trabalho, a centralidade da categoria trabalho em Marx como pressuposto basilar – e ontológico, portanto – para compreender a constituição do ser social e consequentemente o desenvolvimento do psiquismo genuinamente humano – eliminando, desta forma, todas as possibilidades de pressupormos uma essência humana egoísta, possuidora de características e categorias/estruturas psíquicas a priori constituídas – eliminando, pois, qualquer tese que afirme a precedência ontológica da essência humana perante a totalidade social, isto é, que o homem seria possuidor de categorias eternas e imutáveis. Sendo o trabalho a categoria fundante do ser social (LUKÁCS, 1979; LESSA, 1996; 2001; 2002; 2007; 2011a; 2011b; TONET, 2002; 2005; DUARTE, 2000; 2001) e a ontologia do ser social – iniciada por Marx e recuperada por Lukács – a conditio sine qua non para a análise e compreensão de como o homem se torna, de fato, homem, este estudo preliminar tem por objetivo fornecer pressupostos onto-históricos ao entendimento do processo de inversão da regência das leis biológicas para as leis sócio históricas na consecução da processualidade da história humana (GONÇALVES et alii, 2012) de um ser que é radicalmente histórico e social.