PARA EVIDENTES DISCREPÂNCIAS COMPORTAMENTAIS EM RELAÇÃO À NORMALIDADE DO AGIR COLETIVO, HÁ MUITO SE
CUNHOU O CONCEITO DE LOUCURA, QUE, POR SUA VEZ, PASSOU A MARCAR OS SUJEITOS COM UMA ADJETIVAÇÃO
PATOLÓGICA, RELEGANDO-OS AO ISOLAMENTO SOCIAL. É DESSE CONTEXTO QUE EMERGEM AS PROVOCAÇÕES INICIAIS
QUE FUNDAM A PROBLEMÁTICA DA VALIDADE DOS CRITÉRIOS DA DEFINIÇÃO DA NORMALIDADE E DA LOUCURA: SE A
CONSTRUÇÃO DA IDEIA DE NORMAL E DO SEU OPOSTO PASSA PELO CRIVO DA NECESSIDADE CULTURAL E RESPONDE AO
VOLÁTIL CAMPO DO RELATIVISMO CONCEITUAL, NÃO SERIA UMA LOUCURA DEFINIR A LOUCURA CONSIDERANDO ESSA
DEFINIÇÃO UMA VERDADE ABSOLUTA? PARA ADENTRAR NAS IMPLICAÇÕES FILOSÓFICAS DESSA QUESTÃO, OPTAMOS POR
UMA ANÁLISE DAS OBRAS ʺO ALIENISTA", DE MACHADO DE ASSIS, À LUZ DA OBRA ʺO NORMAL E O PATOLÓGICO", DE
GEORGES CANGUILHEM, RECORTE EPISTÊMICO-METODOLÓGICO QUE SE JUSTIFICA POR TRATARMOS DE DUAS
IMPORTANTES ÁREAS DO CONHECIMENTO HUMANO PARA DESVELAR AS RAZÕES HUMANAS DE SER E DE AGIR. COMO
RESULTADO DE NOSSA ANÁLISE, CONCLUÍMOS QUE, APESAR DA PERSONAGEM MACHADIANA SIMÃO BACAMARTE
TIPIFICAR A CIÊNCIA MODERNA EM SUA ÂNSIA DE CRIAR PADRÕES DEFINIDORES E DEFINITIVOS DA REALIDADE A PARTIR
DO VIÉS INSTRUMENTAL DE SUA RACIONALIDADE CARTESIANA E INSTRUMENTAL, ELE MESMO TRAZ CONSIGO A
LIMITAÇÃO TEÓRICA DO ARQUÉTIPO QUE REPRESENTA, TAL COMO REVELA SEU DESTINO NA OBRA.