O excesso de adiposidade visceral (AV) está relacionado a doenças importantes, como hipertensão
arterial sistêmica, infarto agudo do miocárdio e diabetes. Dentre os meios efetivos para redução da
AV estão a restrição alimentar (RA) e treinamento físico (TF), contudo, a literatura carece de
maiores informações a respeito da influência do TF aeróbio individualizado associado a RA sobre o
metabolismo energético (ME) de ratas. O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do
treinamento aeróbio (TA) e RA sobre o ME de ratas Wistar. O procedimento experimental foi
aprovado pela CEUA/UFSCar, número 1556060417. Foram analisadas 40 ratas da linhagem Wistar
com 90 dias de idade, distribuídas em 4 grupos: controle (GC; n=10), exercitado (GE; n=10),
restrição alimentar (GRA; n=10) e exercitado + restrição alimentar (GERA; n=10). Após adaptação
ao meio líquido, os animais exercitados foram submetidos ao teste de carga crítica, que consistiu em
4 esforços máximos de 2 a 10 minutos para determinação da intensidade de carga crítica (iCC) (%
da massa corporal, %MC). O GE e GERA realizou TF de natação por 12 semanas, 5 dias/semana,
30 minutos/dia, com intensidade equivalente a 80% da iCC. O nado foi conduzido individualmente
em tanques cilíndricos, opacos (100cm x 30cm x 80cm, comprimento, diâmetro e altura da água,
respectivamente) e temperatura da água mantida à 31±1° C. GC e GE receberam ração padrão à
vontade, enquanto GRA e GERA foram submetidos à redução de 20% da oferta de alimento em
relação ao GC e GE, relativizada pela massa corporal e ajustada semanalmente. Foi obtido peso
absoluto da gordura visceral (GV), coletado glúteo máximo direito e fígado. Para a determinação de
glicogênio, glúteo máximo e fígado foram digeridos em KOH (30%), submetidos à colorimetria
pelo método fenol/sulfúrico. Os dados foram expressos em média±desvio padrão, foi utilizado
ANOVA two way para amostras paramétricas com post hoc de Newman-Keuls (p<0,05). Ao
analisar os resultados, o valor absoluto de GV do GRA e GERA (1,99±0,71g; 1,98±0,82g) foi
significativamente menor em relação ao GC e GE (18,51±0,82 g; 9,76±2,54g; p<0,05). O conteúdo
de glicogênio hepático do GRA e GERA (1,29±0,70; 1,55±0,84 mg/100mg de tecido) apresentou
redução significativa quando comparada com GC e GE (3,38±1,58; 2,82±1,67 mg/100mg de tecido;
p<0,05). Não houve alterações significativas ao comparar o conteúdo de glicogênio muscular entre
os grupos GC, GE e GRA (0,32±0,18; 0,26±0,17; 0,17±0,08 mg/100mg de tecido; p>0,05).
Contudo, ao analisar o conteúdo de glicogênio muscular do GERA (0,38±0,21 mg/100mg de tecido;
p<0,05) notou-se aumento significativo em relação ao GRA (0,17±0,08 mg/100mg de tecido).
Mesmo sob RA, o TF apresentou modulação positiva sobre o ME muscular aumentando o estoque
de glicogênio nesse tecido, demonstrando que o nível de RA foi eficiente para promover redução de
GV, mas não foi severo o suficiente para impedir aumento do estoque de glicogênio. Apoio CNPq.