Diabetes Mellitus (DM) relaciona-se diretamente ao aparecimento de doenças cardiovasculares, e
atividade fisica surge como fator contribuinte para seu tratamento. Tendo ambos impactos em
despesas diretas e indiretas relacionadas à saúde. O objetivo foi verificar associação entre
diagnóstico de DM, nível de atividade física e custos com perda de produtividade laboral (PP), entre
adultos com doenças cardiovasculares atendidos pela rede pública de saúde. A amostra foi
composta por 307 adultos com diagnóstico de doenças cardiovasculares, com idade entre 30 e 65
anos. Presença de DM foi verificada por meio de questionário. Por meio de informações reportadas
sobre prática de atividades físicas ocupacionais, exercícios físicos durante tempo de lazer e
atividades físicas de locomoção, gerou-se escore denominado nível de atividade física habitual
(AFH). Para fins de análise estatística, amostra foi classificada acima (≥P75) e abaixo (<P75) do
mais alto quartil segundo o escore de AFH. Dessa forma, quatro grupos foram formados, sendo: i)
diabéticos classificados ≥P75 para AFH, ii) diabéticos classificados <P75 para AFH, iii) não
diabéticos classificados ≥P75 para AFH e iv) não diabéticos classificados <P75 para AFH. Para
cálculo da PP, foram consideradas: i) aposentadorias precoces por motivos de saúde (PPAP),
calculada utilizando-se tempo de aposentadoria e valor do benefício em reais e ii) absenteísmo por
motivos de saúde (PPA), calculada pelo número de faltas no trabalho multiplicadas pelo valor da
diária do trabalhador. Tais informações foram referentes aos últimos 12 meses anteriores à data da
entrevista. Para fins estatísticos foi considerado o mais alto quartil de custos para PPA e PPAP.
Como variáveis de ajuste foram consideradas informações de grau de instrução, sexo, idade,
condição econômica, outras doenças crônicas e índice de massa corporal. Associações foram
verificadas por meio do teste qui-quadrado. As variáveis que se associaram aos desfechos foram
analisadas em modelo de regressão. Significância estatística foi estabelecida em valores inferiores a
5% e o software empregado foi o SPSS versão 13.0. Com média de idade de 54,38 (8,29) anos,
participaram da pesquisa 307 adultos com doenças cardiovasculares, sendo que destes 160 (52,1%)
eram homens e 147 (47,9%) mulheres. A prevalência de DM foi de 24,1% (n=74). Em comparação
ao grupo não diabéticos classificados ≥P75 para AFH, observou-se que indivíduos diabéticos
classificados ≥P75 para AFH apresentaram 2.91 vezes mais chances de estarem alocados no mais
alto quartil de custos com PPA e que indivíduos não diabéticos classificados < P75 para AFH
apresentaram 5.85 vezes mais chances. Nenhuma associação foi observada para PPAP. Conclui-se
que diagnóstico de DM, bem como a AFH impactam negativamente em custos com PPA, entre
adultos com doenças cardiovasculares atendidos pela rede pública de saúde.
Apoio: FAPESP nº 2018/07281-9 / CAPES.