AS REPRESENTAÇÕES DA INFÂNCIA POSSIBILITAM QUE AS EXPERIÊNCIAS, AS VONTADES, O SER CRIANÇA SE HOMOGENEÍZEM, E, CONSEQUENTEMENTE, FAZEM COM QUE NÓS – ADULTOS - CRIEMOS AÇÕES QUE AS GOVERNAM. POR ISSO, DECIDIMOS PELAS CRIANÇAS SEUS DESEJOS, SUAS CRENÇAS, SEUS SABERES, ENFIM, O QUE DEVE OU NÃO SER FEITO COM O SUJEITO INFANTIL. É NA MODERNIDADE QUE A INFÂNCIA É INVENTADA, E, ASSIM COMO ELA, A ESCOLARIZAÇÃO. DESDE ENTÃO, AMBAS SÃO ALVOS DE TÉCNICAS DE GOVERNAMENTO, A FIM DE GARANTIR A FORMAÇÃO DOS SUJEITOS DESEJÁVEIS EM ACORDO COM A LÓGICA DA GOVERNAMENTALIZAÇÃO DO ESTADO VIGENTE. COMO PRÁTICA DE GOVERNAMENTO, AS POLÍTICAS CURRICULARES SÃO FORMULADAS EM MEIO ÀS PRESSÕES PARA A FORMAÇÃO DOS SUJEITOS DESTES TEMPOS, PRESSIONADA PELA HEGEMONIA NEOLIBERAL. RESSALTAMOS QUE POR MAIS QUE AS POLÍTICAS CURRICULARES SOFRAM INFLUÊNCIAS DE MODO A TORNAREM-SE SIMILARES EM DIFERENTES PAÍSES, ELAS SOFREM RECONTEXTUALIZAÇÕES NO ÂMBITO LOCAL. ISSO DECORRE EM FUNÇÃO DAS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES REALIZADAS POR SUJEITOS POSICIONADOS EM SITUAÇÕES DOMINANTES NO INTERIOR DA ESFERA ECONÔMICA E DE CONTROLE CULTURAL. AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS SÃO FORMADAS EM MEIO A UM CONJUNTO DE TEXTOS E DISCURSOS, INSERIDAS EM UMA REDE DISCURSIVA E DEPENDENTES DE PODERES E INTERESSES NOS QUAIS SE INSEREM, QUE AO SE RECONTEXTUALIZAREM, TORNAM-SE HÍBRIDOS CULTURAIS. NESSE TRABALHO, PARTIMOS DO PRESSUPOSTO QUE A EDUCAÇÃO BÁSICA ASSUME UM PAPEL RELEVANTE NO GOVERNO DOS SUJEITOS ENVOLVIDOS NO CONTEXTO ESCOLAR. A PARTIR DO CICLO DE POLÍTICAS, FORMULADO POR STEPHEN BALL, ANALISAMOS OS DISCURSOS DA EDUCAÇÃO DO CORPO DOS INFANTIS PRESENTES NAS DIRETRIZES CURRICULARES BÁSICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (2013): UM PROCESSO CONTÍNUO DE REFLEXÃO E AÇÃO DE CAMPINAS (DCCEI), A FIM DE INFERIR OS MODOS DE REGULAÇÃO DO SER CRIANÇA. PERCEBEMOS QUE O DOCUMENTO APRESENTA INFLUÊNCIA DE DIVERSAS COMUNIDADES EPISTÊMICAS, QUE, ORA NÃO SÃO CONVERGENTES, ORA SÃO CONTRADITÓRIAS NO QUE TANGE À TENTATIVA DE GOVERNAR OS INFANTIS. ESSA SITUAÇÃO PRODUZ CONFUSÕES EPISTEMOLÓGICAS QUE POSSIBILITAM ÀS (AOS) PROFESSORAS(ES) FABRICAREM RECONTEXTUALIZAÇÕES A PARTIR DE SUAS CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA, DE MUNDO, FRAGILIZANDO A SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA. POR EFEITO, ABREM-SE AS PORTAS PARA QUE DISCURSOS DE INCAPACIDADE DOCENTE SE SOLIDIFIQUEM, O QUE FOMENTA PROCESSOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA, QUE, COMO SABEMOS, FAVORECE A MERCADIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E, COM ISSO, O EMPRESARIAMENTO DO ESTADO, LOGO, A HEGEMONIA NEOLIBERAL. DESTACAMOS A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO, VISTO QUE NESSE NÍVEL DE ENSINO NÃO HÁ ESPECIALISTAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, AQUELES A QUEM HISTORICAMENTE SE ATRIBUIU, SE LEGITIMOU E SE LIMITOU ESSA FUNÇÃO. APOIO FAPESP E CAPES.