VALORIZANDO A ARTE NA FORMAÇÃO INICIAL DO PEDAGOGO: VIVÊNCIAS DO PIBID Ítalo Lima Silva/dna.italo@gmail.com/UFAL Everlane Caroline da Silva Maurício/UFAL Natália Bandeira de Almeida/UFAL Celso de Farias Lima/Secretaria de Educação de Arapiraca Tereza Cristina Cavalcanti de Albuquerque/UFAL Eixo Temático: Formação inicial e continuada de professores Resumo O presente artigo tem como objetivo discutir a experiência dos bolsistas do PIBID/UFAL Subprojeto Pedagogia/Campus Arapiraca, atividades de visitação à exposição de artes plásticas seguida de oficina e refletir sobre como a arte se relaciona com a educação, e como essa relação contribui para a formação do pedagogo. Os 25 estudantes bolsistas e os três supervisores do PIBID participaram desta visita. A partir dos registros dessa vivência nos diários de bordo, foram realizadas análises e reflexões sobre a importância desta formação voltada para a apreciação de obras de arte e o incentivo à criatividade artística. Tendo em vista que a formação artística dentro da educação pode ser explorada de formas diversas, não apenas como componente curricular da educação básica, mas também como uma possibilidade de humanização (SOUZA, 2009), as ações de formação dentro deste importante programa de valorização da docência buscaram possibilitar aos integrantes momentos de vivência da arte. A criatividade e a situação motivadora para o fazer artístico é algo que deve ser objetivamente proposto, assim como tantas outras habilidades que a escola tanto se empenha em ensinar, a criação artística deve ser desenvolvida visto que a criatividade não é um dom, é uma habilidade e quanto mais exposta à arte, mais o sujeito se qualifica para a sua apreciação e para a sua produção (HERNÁNDEZ, 2000). No entanto, durante a formação inicial do pedagogo, poucas são as oportunidades para este tipo de formação, o que acaba por repercutir no trabalho docente desenvolvido atualmente nas escolas é preciso mudar esta realidade, como afirma Ana Maria H. Baptista (2017): "acreditamos que somente uma educação estética, enquanto irradiadora e nuclear em consonância com todas as áreas do conhecimento, poderá proporcionar e possibilitar um encontro apaixonante entre alunos, educadores e escola" (p.17), neste sentido, é urgente que esta educação estética esteja inserida na formação do pedagogo. O Programa PIBID permite ao graduando ter contato com a realidade da sala de aula participando efetivamente das ações de intervenção desde o planejamento até a efetividade do trabalho educativo em sala de aulas. Dessa forma, pode-se pensar em abordagens didáticas inovadoras e estimulantes, que valorizem a autonomia, a criticidade, a curiosidade e que sejam apreensíveis à realidade (FREIRE, 1996). Neste contexto, a partir do pressuposto que não se pode aprender sobre Arte sem vivenciar a Arte, a atividade propostas ao grupo participante do Subprojeto PIBID Pedagogia/Campus Arapiraca foi: visita à exposição Metalmorfose 2, do artista plástico José Paulo (programação do SESC Arapiraca) seguida de exibição de vídeo sobre o artista, e finalizada com oficina de esculturas a partir do manuseio de materiais como arames e ferramentas de suporte, para modelagem em massa de biscuit, a partir de releituras do conjunto artístico apreciado. De acordo com os registros dos pibidianos em seus diários de bordo, esta experiência foi marcante como forma de evidenciar as diversas possibilidades sobre o fazer artístico: a elaboração de esculturas com materiais de sucata, a criatividade do autor, a relação entre arte e preservação do meio ambiente e a quebra da rotina escolar com visitações externas. Alguns trechos dos diários são evidenciados a seguir: (1) "Isso remete em como a arte é um recurso educacional, pois através da pintura, escultura, modelagem e colagem o pedagogo pode oferecer a seus alunos uma forma diferente de aprender verdadeiramente o conteúdo da grade, bem como experimentar diversas formas de criar arte"; (2) "A exposição pôde nos mostrar que o que para muitos é considerado como lixo, algo inútil, para outros é um mar de possibilidades, de recomeços, reconstrução"; (3) "O que me chamou atenção foi ser convidada a tocar nas peças, pois geralmente não podemos tocar nas obras expostas. Gostei da experiência e fazer as cabeças dos animais representados se moverem. Levar os alunos das escolas para lá seria uma aventura dos sentidos!"; (4) "Achei a experiência muito enriquecedora, pois como é possível com um pneu velho e um pedaço de madeira e uma armação de ferro formar a imagem de um pato com tanta perfeição? Realmente a arte é uma caixinha de surpresas, fiquei encantado com tudo aquilo que estava à mostra"; (5) "A exposição encantava e proporcionava o imaginário, as peças utilizadas buscavam dar formas sobre a imaginação do autor." Estes registros ao mesmo tempo em que evidenciam o encantamento dos pibidianos diante das obras, mostra um certo estranhamento durante o momento de elaboração das esculturas, como demonstra o seguinte relato: "a minha [escultura] não deu muito certo, pois não tenho muita habilidade com criação, mas de lá saíram muitos objetos lindos". A afirmação de que não tem "muita habilidade com criação" é um claro reflexo da ausência de uma formação para a criatividade que deveria ter sido desenvolvida durante a educação básica. Conclui-se que esta experiência de vivência artística, como parte integrante da formação para a docência desenvolvida a partir do Programa PIBID revelou-se como um importante momento de reflexão sobre a necessidade de atividades de incentivo à criação artística e momentos de apreciação de obras de arte na formação do pedagogo, de forma a iniciar um novo ciclo da educação para a arte nas escolas. Palavras-chave: Arte e educação, Formação de professores, PIBID, Pedagogia Referências BAPTISTA, A. M. H.. Arte e Educação: por uma estética do existencial. In: Ana Maria Haddad Baptista; Márcia Pessoa Dal Bello; Júlia Maria Hummes;. (Org.). Arte Educação: o diálogo essencial. 1ed.São Paulo: Bt ACADÊMICA/ FUNDARTE/ FAPESP, 2016, v. 01, p. 11-18. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25ª. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996 HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. SOUZA, C. A. A. Arte na escola: uma possibilidade de humanização. V Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, São Cristóvão, 2011.