Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA EM GEOGRAFIA UEMA: EXPECTATIVAS E DESAFIOS

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A despeito das críticas e do seu estado pioneiro, no que concerne ao Programa de Residência Pedagógica, é possível notar certo apelo em devolver a formação dos professores aos professores - a estes últimos, refere-se aos "professores de profissão" -, nos fazendo reconhecer os desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo, ideias que nos remetem as contribuições de António Nóvoa (2012; 2017). Vale destacar que na conjuntura do RP os residentes (graduandos em licenciatura) serão acompanhados pelo docente orientador (da IES) e um preceptor (professor da escola campo de educação básica). A saber, esta comunicação científica tem o objetivo de examinar as expectativas e desafios do Programa de Residência Pedagógica em Geografia da UEMA - Universidade Estadual do Maranhão -, a partir da ótica dos próprios residentes. Tendo iniciado suas atividades em agosto de 2018, contanto com vinte e quatro (24) alunos bolsistas e três (3) alunos voluntários, perfazendo o campo de três escolas públicas estaduais da cidade de São Luís e o número consequente de três (3) preceptores, tal programa desenvolveu no inicio de mês de setembro um curso de apresentação do programa e formação inicial dos residentes, totalizando 20 h, e foi ao final deste momento que, por meio da realização de uma enquete, buscamos apurar depoimentos acerca afins ao objetivo supracitado. De modo geral, pela análise que fizemos do material de áudio registrado, podemos inferir que as expectativas são positivas, sobretudo com a ideia que apresentaram de se fazerem professores na escola, sendo, assim, colocados em situações que deverão desenvolver mecanismos de resolução de problemas no âmbito escolar, o que soa como algo desafiador, que ora excita, ora provoca receio. Outro ponto que se destacou nas falas dos residentes diz respeito às ações relacionadas às regências de aula e intervenções pedagógicas previstas no programa. Dar aula de Geografia, neste sentido, foi avaliado como um exercício que requer reflexões profundas sobre as práticas de ensino em termos teórico-metodológicos, sendo ventilado que para se ensinar geografia o professor precisa, antes de tudo,contextualizar a vida e o mundo por meio de diversas escalas espaciais, como parece nos propor Cavalcanti 2003; 2014, enquanto autora que fundamenta a importância da geografia escolar num projeto de uma sociedade brasileira mais justa. A este respeito, se torna ainda valioso mencionar que grande parte dos alunos se mostrou esperançosa com a educação, creditando à geografia escolar papel crucial na constituição crítica dos alunos, o que não quer dizer que também não reconheceram as dificuldades para conseguirmos efetivar uma real educação geográfica por meio da escola atual e por meio da aula institucionalizada pelos órgãos regulamentadores da educação no país. O Maranhão ainda foi destacado em algumas falas como um Estado que precisa avançar no campo da educação e que o Programa de Residência Pedagógica pode concorrer para tanto. Por fim, esclarecemos que este trabalho tem a conotação de um primeiro ensaio de avaliação do Programa de Residência Pedagógica em Geografia da UEMA, programa que, como se sabe, se faz em construção e tende a revelar muitas aprendizagens e ensinamentos entre os ambientes da Universidade e da Escola, com especial foco na sala de aula de Geografia. Referências CAVALCANTI, Lana de Souza. A formação de professores de Geografia - o lugar da prática de ensino. Concepções e práticas em formação de professores: diferentes olhares. In: Elianda F. Arantes Tiballi; Sandrama Matias Chaves (Org.). Rio de Janeiro: DP&A, 2003. ______. A geografia escolar e a sociedade brasileira contemporânea. In: TONINI, Ivaine Maria... [et al.] (Orgs.). O ensino da geografia e suas composições curriculares. Porto Alegre: Mediação, 2014. NÓVOA, A. Devolver a formação dos professores aos professores. Cadernos de Pesquisa em Educação. PPGE/UFES. Vitória, ES, ano 9, v. 18, n. 35, p. 11-22. 2012. ______. Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo. SINPRO-SP, 2007. Disponível em: http://www.sinprosp.org.br/arquivos/novoa/livreto_novoa.pdf. Acesso: 01 set. 2017. "
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Outro ponto que se destacou nas falas dos residentes diz respeito às ações relacionadas às regências de aula e intervenções pedagógicas previstas no programa. Dar aula de Geografia, neste sentido, foi avaliado como um exercício que requer reflexões profundas sobre as práticas de ensino em termos teórico-metodológicos, sendo ventilado que para se ensinar geografia o professor precisa, antes de tudo,contextualizar a vida e o mundo por meio de diversas escalas espaciais, como parece nos propor Cavalcanti 2003; 2014, enquanto autora que fundamenta a importância da geografia escolar num projeto de uma sociedade brasileira mais justa. A este respeito, se torna ainda valioso mencionar que grande parte dos alunos se mostrou esperançosa com a educação, creditando à geografia escolar papel crucial na constituição crítica dos alunos, o que não quer dizer que também não reconheceram as dificuldades para conseguirmos efetivar uma real educação geográfica por meio da escola atual e por meio da aula institucionalizada pelos órgãos regulamentadores da educação no país. O Maranhão ainda foi destacado em algumas falas como um Estado que precisa avançar no campo da educação e que o Programa de Residência Pedagógica pode concorrer para tanto. Por fim, esclarecemos que este trabalho tem a conotação de um primeiro ensaio de avaliação do Programa de Residência Pedagógica em Geografia da UEMA, programa que, como se sabe, se faz em construção e tende a revelar muitas aprendizagens e ensinamentos entre os ambientes da Universidade e da Escola, com especial foco na sala de aula de Geografia. Referências CAVALCANTI, Lana de Souza. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

No contexto histórico da educação no Brasil, as políticas de formação de professores configuram-se como sendo essenciais para o melhoramento da educação no país. Neste sentido, o Estado, muitas vezes sob pressão, na tentativa de diminuir os problemas relacionados à formação citada, tem proposto vários programas, dos quais destacamos aqui: o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), instituído para fomentar a oferta de educação superior gratuita a professores da educação básica pública; o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBIB), que visa proporcionar aos discentes na primeira metade dos cursos de licenciatura uma aproximação prática com o cotidiano das escolas públicas; o Residência Pedagógica (RP), objeto de estudo deste trabalho, lançado em 2018, destinado a formação de licenciandos que estejam na segunda metade do curso e que buscam aperfeiçoamento por meio do desenvolvimento de projetos que os conduzam a exercitar de forma ativa a relação entre teoria e prática profissional docente. A despeito das críticas e do seu estado pioneiro, no que concerne ao Programa de Residência Pedagógica, é possível notar certo apelo em devolver a formação dos professores aos professores - a estes últimos, refere-se aos "professores de profissão" -, nos fazendo reconhecer os desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo, ideias que nos remetem as contribuições de António Nóvoa (2012; 2017). Vale destacar que na conjuntura do RP os residentes (graduandos em licenciatura) serão acompanhados pelo docente orientador (da IES) e um preceptor (professor da escola campo de educação básica). A saber, esta comunicação científica tem o objetivo de examinar as expectativas e desafios do Programa de Residência Pedagógica em Geografia da UEMA - Universidade Estadual do Maranhão -, a partir da ótica dos próprios residentes. Tendo iniciado suas atividades em agosto de 2018, contanto com vinte e quatro (24) alunos bolsistas e três (3) alunos voluntários, perfazendo o campo de três escolas públicas estaduais da cidade de São Luís e o número consequente de três (3) preceptores, tal programa desenvolveu no inicio de mês de setembro um curso de apresentação do programa e formação inicial dos residentes, totalizando 20 h, e foi ao final deste momento que, por meio da realização de uma enquete, buscamos apurar depoimentos acerca afins ao objetivo supracitado. De modo geral, pela análise que fizemos do material de áudio registrado, podemos inferir que as expectativas são positivas, sobretudo com a ideia que apresentaram de se fazerem professores na escola, sendo, assim, colocados em situações que deverão desenvolver mecanismos de resolução de problemas no âmbito escolar, o que soa como algo desafiador, que ora excita, ora provoca receio. 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A formação de professores de Geografia - o lugar da prática de ensino. Concepções e práticas em formação de professores: diferentes olhares. In: Elianda F. Arantes Tiballi; Sandrama Matias Chaves (Org.). Rio de Janeiro: DP&A, 2003. ______. A geografia escolar e a sociedade brasileira contemporânea. In: TONINI, Ivaine Maria... [et al.] (Orgs.). O ensino da geografia e suas composições curriculares. Porto Alegre: Mediação, 2014. NÓVOA, A. Devolver a formação dos professores aos professores. Cadernos de Pesquisa em Educação. PPGE/UFES. Vitória, ES, ano 9, v. 18, n. 35, p. 11-22. 2012. ______. Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo. SINPRO-SP, 2007. Disponível em: http://www.sinprosp.org.br/arquivos/novoa/livreto_novoa.pdf. Acesso: 01 set. 2017.

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