O estágio supervisionado é uma das primeiras experiências que o licenciando tem com a realidade das escolas, é nele que o aluno vai entender tudo o que viu na teoria dentro da sala de aula. Segundo Corte (2015) o estágio supervisionado permite que o futuro profissional docente possa compreender, observar e refletir sobre o novo cargo que ele futuramente irá ocupar, trazendo assim uma maior vivência. O estágio antes de mais nada é uma investigação, onde o discente vai analisar diversas metodologias de ensino e ele poderá escolher quais levará consigo e quais ele jamais irá seguir, ele também analisará os diversos tipos de posicionamentos dentro de sala, ponderando que tipo de professor irá ser, se vai ser do tipo mais rigoroso ou do tipo mais flexível, criando assim a sua própria identidade. Conforme Rocha (2014), o estagiário enfrenta na escola não apenas o desafio de repassar os conhecimentos específicos da biologia (zoologia, genética, botânica e áreas afins), mas, também as ações docentes, que atravessam a competência dos conteúdos específicos, procurando, então, nos conhecimentos didático pedagógicos meios para transformar as suas aulas mais chamativas e participativas e sobretudo, buscando mecanismos que permitam que os alunos entendam os conteúdos que estão sendo ensinados. Com isso, trazemos o olhar para os alunos do curso de licenciatura em ciências biológicas do IFPB do Campus Cabedelo, que iniciaram os seus estágios supervisionados em escolas públicas da Paraíba nas cidades de Cabedelo, João Pessoa e Santa Rita. O objetivo do presente estudo é relatar as vivências sobre o estágio supervisionado I, no âmbito da observação, que é a primeira fase do discente com a escola. Daremos ênfase a escola Maria Pessoa Cavalcante, de ensino fundamental II, que fica situada na rua Aderbal Piragibe, na cidade de Cabedelo, lá estão matriculados 354 alunos distribuídos nos turnos manhã e tarde, onde 4 desses alunos possuem necessidades especiais diversificadas (cadeirante, autismo e síndrome de down). O presente estudo foi desenvolvido a partir das observações que ocorreram nas turmas do 6° ao 9° ano, no turno da manhã, durante as aulas regidas pela professora de ciências. A escola conta com 30 servidores distribuídos em diversas funções, contando com 2 professores de ciências. O prédio possui 9 salas, sendo 6 exclusivas para aula. A escola campo do estágio tem uma biblioteca e um laboratório de informática. Além das observações com a professora de ciências regente em sala de aula as ações na escola foram reconhecimento do prédio, contato com a gestão/equipe pedagógica. O contato com a gestão foi primordial, pois com eles pudemos ter uma visão mais ampla do funcionamento da escola e também os seus limites, sabendo da necessidade dos recursos que faltam na instituição escolar durante o dia a dia, como por exemplo uma sala de recurso multifuncional para alunos com deficiência. O contato com a professora de ciências regente da sala de aula observada ocorreu de maneira acessível, pois, ela era bem atenciosa e decorria todas as informações necessárias. A observação ocorreu da seguinte forma: primeiramente o estagiário era apresentado para a turma a fim de criar um ambiente mais natural para que pudesse perceber como realmente é a interação dos alunos em sala de aula, em seguida com fichas direcionadas começavam as anotações. Durante as aulas foi possível observar que a professora tinha um bom domínio sobre as turmas. Foi constatado que era aplicada a mesma metodologia para todas as turmas, era exposto o conteúdo de forma teórica e após isso era passado algum exercício que poderia ser do livro ou escrito no quadro, não existia uma prática diferenciada para os variados níveis de ensino, pois mesmo as turmas sendo do fundamental II elas são diversificadas, o 9° ano é totalmente diferente do 6° ano, que é diferente do 7° e assim por diante, tanto na parte comportamental quanto na parte cognitiva. Vale salientar que a professora observada em algumas aulas usou exemplos visíveis como galhos de plantas e o boneco do corpo humano. A biologia em si é uma disciplina que necessita muito de uma prática associada à teoria, com o auxílio apenas do livro fica algo muito abstrato para os alunos, dificultando assim o aprendizado. De acordo com Menezes et al (2014), é necessário sair do modelo habitual de ensino e começar a utilizar novas metodologias para instigar os alunos a quererem aprender e assim construir o seu próprio entendimento sobre o conteúdo. Outros licenciandos do IFPB também tiveram experiências parecidas em outras escolas no contexto do estágio supervisionado. Eles relataram com suas palavras as seguintes falas: "nós pudemos ver o que acontece de bom e de ruim na escola", "...eu não vejo ponto negativo, tudo é válido", "A professora foi bastante prestativa comigo e me auxiliou com as informações, mas os meninos eram um pouco inquietos e sai com dor de cabeça todos os dias". Com isso concluímos que o estágio é de extrema importância para o licenciando, é no espaço da escola campo que ele dará seus primeiros passos na carreira docente, tendo em vista as possíveis problemáticas que terá que enfrentar quando se tornar verdadeiramente um professor. Palavras-chave: Metodologias, Estágio, Graduandos, Relatos. Referências CORTE, A.C.D; LEMKE, C.K. O estágio supervisionado e sua importância para a formação docente frente aos novos desafios de ensinar. Paraná, 2015. MENEZES, J. B. F; SILVA, J. B; ALENCAR, M. M. R; LEMOS, A. F; MARTINS, M. M. M. C; SILVA, R. R; SILVA, F. R. F. Metodologias alternativas para o Ensino de evolução e ecologia: uma experiência de bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (pibid) da FECLI/UECE. In: Congresso Nacional de Formação de Professores, Aguas de Lindoia, 2014, Anais. ROCHA, W.K.S; CARMO, E.M; SANTOS, M.C.P. A contribuição do estágio supervisionado para a formação profissional do professor de ciências e biologia. Bahia. 2014.