ANÁLISE PRELIMINAR DA INSERÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO NAS ESCOLAS RURAIS DE URUÇUÍ, PIAUÍ Marcio Harrison dos Santos Ferreira/marcio.harrison@gmail.com/IFPI, Campus Uruçuí Cristina Kelly Rodrigues dos Santos/ IFPI, Campus Uruçuí Eixo Temático: Educação, diversidade e inclusão social Agência Financiadora: PIBID/Capes Resumo A Educação do Campo surgiu com o propósito de desenvolver um ensino de qualidade para as pessoas que vivem na zona rural. Por isso, essa escola tem que ser construída e organizada no Campo. Construir Educação do Campo significa também construir uma escola do Campo, significa estudar para viver no Campo, buscar desconstruir a lógica de que o aluno da zona rural estuda para sair do campo. O principal objetivo desse trabalho foi realizar um diagnóstico preliminar nas escolas rurais de Uruçuí, Piauí, para verificar a inserção dos princípios da Educação do Campo na rede municipal e estadual de ensino. Através da metodologia de pesquisa qualitativa foram aplicados questionários e realizadas entrevistas em cada uma das 17 comunidades onde se encontram as escolas da zona rural no município, entre março e junho de 2018. Evidencia-se o contexto de precariedade nas 17 escolas analisadas, sendo que em umas das mesmas não há sequer a figura de um diretor. Virtualmente em nenhuma escola são aplicados os princípios da educação do campo e da agroecologia, muito menos o ensino-aprendizagem contextualizado com temas relacionados às realidades locais e elementos do patrimônio agrobiocultural da região de Uruçuí, Piauí. Desse modo torna-se necessário a formação de políticas públicas voltadas para a Educação do Campo nessa região que é importante polo do agronegócio do MATOPIBA, e tem tido sua agricultura familizar camponesa relegada a um segundo plano nos planos de desenvolvimento do município. Os resultados do diagnóstico indicam que torna-se necessário buscar alternativas para melhorias no processo pedagógico de inserção e valorização da práxis da educação do campo em Uruçuí, buscando assim melhorar a qualidade do ensino e aprendizado nas escolas rurais adotando formas diferenciadas de trabalhar o processo de Ensino das Ciências e biologia, começando pela proposta de criação de um calendário escolar sintonizado ao agrícola e nele incluir atividades práticas voltadas para o ensino contextualizado. Aponta-se a necessidade da implantação de projetos voltados para as práticas agrícolas, disciplinas vinculadas com a educação ambiental e agroecologia, além de oficinas para a formação de professores voltadas para a Educação do Campo buscando assim trabalhar a preservação do Cerrado, bioma atualmente mais ameaçado das américas. As 17 escolas analisadas neste trabalho não estão voltadas para as práticas da Educação do Campo, mais sim para o contexto urbano, daí surge-se a necessidade de se diferenciar o modelo tradicional do meio urbano para o meio rural, e assim trabalhar a inserção da educação do campo nas escolas rurais do município. Palavras-chave: Formação inicial e continuada, Educação do Campo, Agroecologia, Políticas Públicas Referências Altieri, M. A. Agroecologia: as bases científicas da agricultura alternativa. 2. ed. Rio de Janeiro: PTA/Fase, 1989. ARROYO, Miguel Gonzalez. Políticas de formação de educadores (as) de campo. Cad cedes, campinas, vol. 27, n. 72, p. 157-176, maio/ago; 2017. Disponível em: http:// www.cedes. Unicamp.br Acesso em: 29 de mar. 2009. ARROYO, Miguel Gonsalez: CALDART, Roseli CASTAGNA. Mônica (organizadores) FERNANDES, Bernado M.; CERIOLI; Paulo R.; CALDART, Roseli S. Primeira conferência nacional "por uma Educação Básica do Campo'', 2004. AZEVEDO, Márcio Adriano de. Política de Educação do campo: concepções processos e desafios. In: NETO, Antônio Cabral et al. Pontos e contrapontos da política educacional: uma leitura contextualizada de iniciativas governamentais. Brasília: Liber livros, 2007. BRASIL. Ministério da educação. Referencias para uma política nacional de educação do campo. Caderno de subsídios. Brasília, 2003. BRASIL. MEC/CNE/CEB. Resolução 1, de 3 de abril. Instítui diretrizes operacionais para a educação básica nas escolas do campo. Diário oficial da união brasileira: MEC, 3 de abr. 2002.CALDART, R, S.; MOLINA, M. C. Por uma Educação do Campo. Petrópolis: vozes, 2004. P. 133-145. BRASIL. Ministério da educação. Grupo de trabalho de Educação do campo. Referencias para uma política nacional de Educação do campo. Caderno de subsídios, Brasília, DF, 2003. CALDART, Roseli Salete. Elementos para a construção de um projeto político e pedagógico da Educação do Campo. In. MOLINA, mônica castagna; JESUS, Sonia Meire Santos Azevedo de. (Orgs) Educação do Campo: contribuições para a construção de um projeto de Educação do Campo. Articulação Nacional "por uma Educação do Campo'' Brasília, 2005. CALDART, Roseli; O MST e a formação dos Sem Terra: O movimento social como princípio educativo. Disponível em http; // www.scielo. br. Acesso em; 28/12/2009. CALDART, R, S.; MOLINA, M. C. Por uma Educação do Campo. Petrópolis: vozes, 2004. P. 133-145. CASTRO, A. Hamze. O professor e o mundo contemporâneo. Jornal o Diário Barretos, Opinião Aberta, 08 jul. 2004. CHESNAIS, F.; SERFATI, C. "Ecologia" e condições físicas de reprodução social: alguns fios condutores marxistas. Crítica Marxista, São Paulo, v. 1, n.16, p. 39-75, 2003. Disponível em: http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/16chesnais.pdf. Acesso em: 25 ago. 2011. Dicionário da Educação do Campo. / Organizado por Roseli Salete Caldart, Isabel Brasil Pereira, Paulo Alentejano e Gaudêncio Frigotto. - Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012 FERNANDES, B.M. mst: formação e territorialização. São Paulo: Hucitec, 1996. FREIRE, P. pedagogia da indignação e outros escritos. São Paulo: editora UNESP, 2000. FERNANDES, B. M. Diretrizes de uma caminhada. In. ARROYO, M, G; FERNANDES, B. M.; CERIOLI, P.; CALDART, R. S. Primeira conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo. In: ARROYO, M. G.; CALDART, R, S.; MOLINA, M. C. por uma Educação do Campo. Petrópolis; vozes, 2004. P. 19-62. GONH, M. G. movimentos raciais e educação. São Paulo: Cortez,1992. lEFF, E. Agroecologia e saber ambiental. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 36-51, jan.-mar. 2002. LEITE, Sérgio Celani. Escola rural: urbanização e políticas educacionais. 2. Ed. São Paulo cortez, 2002. ROTTA. M, ONOFRE. B. S, Perfil da Educação do Campo: na escola do São Francisco do Bandeira no município de dois vizinhos-PR, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 75-84, jan/abr. 2019 PISTRAK, M. M. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo: Expressão popular, 2000. ROCHA, Eliene Novaes. Educação do campo; um olhar panorâmico. Texto base, apresentado a Educação e contemporaneidade pela universidade do Estado da Bahia. [S.d].