A IMPORTÂNCIA E CONTRIBUIÇÕES DA DIDÁTICA PARA A PRÁTICA DOCENTE: Uma análise mediante entrevistas realizadas em diversos cenários escolares na cidade de Araguatins-Tocantins. Alex Lima Silva[1]/ifto.alex@gmail.com/IFTO Cristina Soares Fernandes[2]/IFTO Samylla Pereira Gomes[3]/IFTO Ramasio Ferreira de Melo[4]/IFTO Eixo Temático: Políticas educacionais, avaliação e Currículo. Agência Financiadora: Capes - Residência Pedagógica Resumo Este artigo apresenta uma análise dos resultados de uma pesquisa no intuito de descortinar a importância da didática para o trabalho docente. Realizou-se como uma proposta da disciplina de Didática, trabalhada no 5° período do curso de Licenciatura em Computação do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), ministrada em 2018. Para tal, foi realizada uma entrevista no mês de Setembro, através de um questionário aberto, contendo 20 questões, sendo este aplicado a 6 docentes e 11 discentes de distintas instituições públicas e níveis de ensino de educação, no município de Araguatins-TO. Com o intuito de compreender a importância da didática para a construção e realização da prática docente, bem como suas contribuições, vantagens e reveses. Para elaboração e estruturação das indagações da pesquisa, algumas precauções se fizeram necessárias; os questionamentos não poderiam ser parecidos, repetitivos, e longos demais, visto que dessa forma poderiam antecipar as respostas dos entrevistados. No primeiro momento foi realizada a entrevista com os discentes dos níveis de ensino fundamental, médio e superior, os quais foram questionados sobre a concepção que tinham de modelo ideal de professor, o relacionamento entre professor-aluno, suas perspectivas em relação a seus professores, e finalmente, qual o propósito da utilização da avaliação. De acordo com estes, o professor ideal é aquele que possui uma didática interativa, cujos conhecimentos transcendam a sua área de atuação. Esperam que seus professores façam o uso de estratégias didático-metodológicas mais dinamizados e que estejam de acordo com realidade na qual os educandos estão inseridos, pois conforme Santo e Luz (2012) para uma aprendizagem significativa, é necessária a transformação da sala de aula em um espaço coletivo, no qual a construção dos saberes e os debates sejam indissociáveis aos seus estudos e vivências. Sobre a metodologia aplicada em sala, relataram que a melhor forma de ensinar seria por meio da utilização de exemplos técnicos e práticos que estejam associadas um ao outro e aos conteúdos, integrando-os de forma planejada (MARTINS, 2006). No que tange a relação professor-aluno, alguns educandos expuseram que o professor deve separar o profissional do afetivo, em contraposição, outros ressaltaram que o profissionalismo e a afetividade são indissociáveis, pois viabilizam as interações pessoais, uma vez que "O professor deve ter consciência do seu papel como educador, e que a afetividade e o carinho sempre são bem-vindos na aprendizagem." (Aluno do Ensino Méd.). No entanto, é preciso que haja uma relação saudável, igualitária e construtiva, sendo estes fatores ligados diretamente ao aprendizado dos educandos. Cabe explicitar que a natureza e qualidade das interações do relacionamento entre professores e alunos são fundamentais para entender o engajamento desse último, visto que os educandos atuam como meio comensurável de impactos que os professores têm perante suas próprias interações. Logo, a busca por novas metodologias leva o educador a trilhar um novo caminho, cheio de descobertas essenciais ao aprimoramento da sua prática docente. Ainda assim, há aqueles que no decorrer de anos de atuação se tornam ultrapassados frente as novas necessidades dos alunos e da educação (SILVA, 2016), e gravemente, não veem necessidade de renovar suas práticas. Nesse contexto, a Didática entrelaçada à prática docente, está muito além do que se pode observar, uma vez que leva o professor a ter maior domínio dos conteúdos, das técnicas e teorias, e a utilização das melhores estratégias para a aprendizagem significativa dos educandos. A esse respeito, Dalben et. al. (2010) afirmam ser difícil entender a formação docente sem falar de didática, pois a busca pela qualidade do ensino propagada pelas políticas públicas, pelos educadores e pela sociedade em geral, é o compromisso da Didática desde a sua criação, sendo preciso que o educador faça uma análise acerca de sua postura como profissional, por estar muitas vezes responsável por criar situações de aprendizagem, nas quais os alunos sintam-se motivados a aprender, sobretudo pela valorização das suas realidades cotidianas, formando-os agentes críticos, capazes de atuar e transformar o meio no qual estão inseridos. Sob esse aspecto, Libâneo (2002) afirma que a didática concilia objetivos, conteúdos, métodos e formas de organização da aula, em prol da criação das condições necessárias a uma aprendizagem significativa. Corroborando, Pimenta et al. (2016, 2013, p.150) ressaltam que a didática representa acima de tudo, a construção de conhecimentos que possibilitam a mediação entre o que é preciso ensinar e o que é necessário aprender, entre os saberes advindos da exposição dos conteúdos e aqueles adquiridos unicamente por meio das vivências cotidianas. Dessa forma, aos professores foram realizadas perguntas referentes as vantagens e dificuldades do fazer docente atualmente, bem como a importância da didática para a realização desse. Sobre as maiores vantagens, alguns ressaltaram as oportunidades e a disponibilidade de recursos tecnológicos digitais capazes de auxiliar e facilitar o trabalho docente. E ao falar sobre o progresso na área da atuação, acreditam que apesar de algumas mudanças positivas, ainda falta muito para maior efetividade do trabalho docente. A respeito das tendências pedagógicas empregues dentro da sala de aula, parte se baseiam na tendência pedagógica tradicionalista, já outros na tendência crítico-social de conteúdos. As principais dificuldades da ocupação docente apontadas foram a desvalorização do seu trabalho e a falta de materiais necessários para ministrar suas aulas, este último atado ao questionamento anterior, mostra que os mesmos reconhecem a existência dessas ferramentas, mas elas se fazem indisponíveis. Nesse sentido, Melo (2015) afirma que a vontade de lecionar tem sido deixada de lado diante de algumas dificuldades e dos dilemas da vida profissional, e que essa desmotivação é causada sobretudo pela desvalorização da profissão, pela sociedade e governo. À vista disso, o docente, como principal mediador do conhecimento, precisa superar o desafio de apenas ensinar, e para viabilizar essa atitude, a didática tem seu papel fundamental, ao estar ligada diretamente a prática educativa, ao auxiliar o professor de modo a acrescentar para além da sua qualificação. Palavras-chave: Didática; Docência; Convívio escolar. REFERÊNCIAS DALBEN, A. L.; PEREIRA, J. E.; LEAL, L. F.; SANTOS, P. S. Coleção Didática e Prática de Ensino. In: EITERER, C. L. (Org.). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 15-241. LIBÂNEO, J. C. Didática: velhos e novos Temas. Goiânia: Edição do autor, 2002. 134 p. MARTINS, O. L. Didática teórica/didática prática: para além do confronto. São Paulo: Loyola, 2006. MELO, D. S. Profissão docente: um estudo sobre a desvalorização/valorização da carreira: UESB. 2015. 3 p. PIMENTA, S. G.; FUSARI, J. C.; ALMEIDA, M. I.; FRANCO, M. A. A construção da didática no GT Didática - análise de seus referenciais. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v. 18, n. 52, p. 143-162, 2013. SANTO, E. E.; LUZ, L. C. S. Didática no Ensino Superior: Perspectivas e Desafios. In: CONGRESSO IBEROAMERICANO DE DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA. CIIE. Cidade do Porto. 2012. v. 1. p. 8465-8479. SILVA, I. C.; PRATES, T. S.; RIBEIRO, L. F. As Novas Tecnologias e aprendizagem: desafios enfrentados pelo professor na sala de aula. Revista em Debate (UFSC), Florianópolis, v. 16, p. 107-123, 2016.