O sexo desprotegido contribui para a propagação de várias infecções sexualmente transmissível. Muitas pessoas desconhecem os sintomas das Infecções Sexualmente Transmissíveis, não sabendo que possuem a doença, isso leva os indivíduos a praticarem sexo desprotegido sem tomar as medidas preventivas, contaminando seu parceiro. A ausência de informações é um fator que também preocupa, é necessário trabalho na comunidade com o tema educação sexual oferecendo maiores informações a respeito de ISTs e manejo de métodos contraceptivos para essas doenças, que são considerados um problema de saúde pública (COSTA et al., 2010). Apesar disto a escola também tem um papel importantíssimo na educação sexual de seus alunos, assim como a família que deve assumir a responsabilidade de educá-los desde cedo, para que no futuro possam tomar decisões maduras e responsáveis no que diz respeito à sexualidade, e o risco que o sexo pode causar (MOIZES e BUENO, 2010). Sabendo que a instrução vinda dos lares e da escola não tem sido completamente eficaz na prevenção das ISTs e que o número de adolescentes grávidas aumenta a cada ano, surge a necessidade de realizar trabalhos, buscando desenvolver ações que auxiliem a abordagem desse tema nas escolas, instruindo os jovens e adolescentes sobre as infecções e gravidez na adolescência, bem como oferecer aos professores maneiras dinâmicas de trabalhar o tema. Este trabalho objetivou discutir as relações sexuais na adolescência, suas consequências e as formas de prevenção, por meio de esclarecimento de dúvidas dos alunos em relação à sexualidade e as mudanças que ocorrem no corpo quando chega à puberdade, além de proporcional a participação da família nessa temática. As dificuldades encontradas na abordagem sobre a reprodução humana por parte das escolas são visíveis, pois esse trabalho não contempla as ansiedades e curiosidades entre as crianças e adolescentes. Em meio a isso, os PCN de orientação sexual busca, "redimensionar a prática pedagógica para que alcance o todo da sexualidade, legitimando e também delimitando o papel do educador". É importante que a orientação sexual não se restrinja às informações físico-anatômicas, que tem por objetivo apenas a informação, sendo importante favorecer ao professor um processo de atuação para que o tema possa ser trabalhado em sua complexidade (LIRA e JOFILI, 2010). A escola é o ambiente social no qual o indivíduo passa grande parte de sua vida, e é um dos principais elementos para contatos interpessoais, por isso deve contribuir para o desenvolvimento de uma educação sexual que promova no adolescente senso de auto responsabilidade e compromisso para com a sua própria sexualidade (FELTRIN e GIL, 1996). No entanto, sabemos que estas instituições enfrentam dificuldades para a inserção de novas práticas em educação sexual, e muitas vezes deixam de oferecer um espaço para que ocorram debates sobre saúde reprodutiva e sexualidade de uma forma contínua, referidos principalmente a carência de recursos materiais e pessoal capacitado. A Educação sexual realizada nas escolas atualmente tem ocorrido de maneira incipiente, sem uma organização e planejamento e ainda, não se contata esta abordagem dentro das unidades didáticas, ou seja, as disciplinas. O projeto foi realizado por alunos que participam do programa PIBID, com a parceria da secretaria de saúde do Município e apoio da gestão escolar. O trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Narciso Araújo, no município de Itapemirim, Espírito Santo. Durante a aplicação do projeto, que teve duração de três meses, foi trabalhada a orientação, sensibilização e reflexão dos alunos através de aulas expositivas (apresentação de palestras e vídeos educativos) e dialogadas. Durante as palestras, ministradas pelos enfermeiros convidados, os alunos eram orientados a anotar as suas dúvidas e depois eram colocadas em uma caixa, para serem respondidas ao final de cada palestra. As palestras também foram oferecidas aos pais dos alunos, que participaram ativamente dos encontros, além de esclarecerem dúvidas e assim puderam atuar na orientação sexual de seus filhos com maior segurança. Em relação aos temas abordados nas palestras, questões eram elaboradas como forma se verificação da aprendizagem. O projeto teve como público alvo mais de 600 pessoas, incluindo os alunos e os pais participantes das palestras. Com essa experiência, os pibidianos constataram que os jovens e adolescentes se interessaram e gostam muito de aulas que contenham estratégias metodológicas diferenciadas. Verificaram que eles não estão interessados somente em uma aula puramente biológica sobre o seu sistema reprodutor, mas a sua curiosidade é aguçada pela transversalidade desse assunto, ou seja, a sexualidade os interessa mais, uma vez que ocorra uma educação para cidadania, referente a questões sociais, em que proporcione a aprendizagem e reflexão dos estudantes. Em análise das questões trabalhadas após a execução do projeto, foi registrado um aprendizado de 97% dos educandos envolvidos nas atividades. Ao final do presente estudo, algumas percepções importantes foram levantadas. Pôde-se perceber que as relações entre os educandos e educadores foram fortalecidas à medida que o trabalho foi sendo desenvolvido. Após análise dos resultados finais dos questionários aplicados, conclui-se que os educandos mostraram posicionamentos mais críticos e conscientes em relação a uma vida sexual ativa. Os professores envolvidos no projeto concordaram que é papel da escola abordar essa temática no dia a dia dos educandos, mas a participação dos pais nas atividades realizadas foi muito importante, pois estes também foram direcionados em como orientar seus filhos no desenvolvimento sexual, que antes se sentiam intimidados em abordar essa temática, passando essa responsabilidade somente para a escola. O projeto realizado também auxiliou a secretaria de saúde do município de Itapemirim na confecção de uma cartilha informativa sobre a importância da orientação sexual para os adolescentes, sendo construída pela comunidade escola envolvida no projeto e posteriormente distribuída as demais escolas e unidades de saúde do município de Itapemirim. Palavras-chave: Infecção, Prevenção, Sexualidade, Adolescentes. Referências COSTA, M. C.; DEMARCH, E. B.; AZULAY, D. R. Doenças sexualmente transmissíveis na gestação: uma síntese de particularidade. Anais Brasileiros de Dermatologia, vol. 85, nº 6. Rio de Janeiro, Nov./Dez. 2010. FELTRIN, S.; GIL, B.N.K. Educação sexual e contracepção de adolescentes das áreas rural e urbana: estudo comparativo. Rev Cien Saúde 1996; 15(1/2): 237-45. GONÇALVES, E. Educação sexual em contexto escolar: da formação de professor a sala de aula. São Paulo (SP):2004. LIRA, A.; JOFILI, Z. O tema transversal orientação sexual nos PCN e a atitude dos professores: convergentes ou divergentes? Ensino, Saúde e Ambiente, Niterói, v. 3, n. 1, p. 22-41, 2010. MOIZÉS, J. S.; BUENO, S. M. V. Compreensão sobre sexualidade e sexo nas escolas segundo professores do ensino fundamental. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 1, p. 205-212, mar. 2010.