ESTÁGIO SUPERVISIONADO: A ARTE DE SER PROFESSOR (A) Carolina Agostinho de Jesus1/ carol.agostinho@aluno.uece.br/Universidade Estadual do Ceará; Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - Fecli Nancy Mireya Sierra-Ramirez2/ Universidade Estadual do Ceará; Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - Fecli Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo Os estudantes do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, têm a oportunidade de realizar estágios nas áreas de Ciências e de Biologia. Uma vez que o estágio é um dos primeiros contatos que o aluno-professor tem com seu futuro campo de atuação, este, tem como finalidade, proporcionar momentos de interação com o ambiente escolar. Segundo Pimenta e Lima (2004) o estágio é a principal base na formação dos professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia-a-dia. As mesmas autoras, afirmam que além disso, possibilita ao licenciando desenvolver a postura de pesquisador, despertar a observação, adquirindo a facilidade de reorganizar as ações para poder reorientar a prática quando necessário. Por essas razões, concordamos com Barros; Silva e Vásquez (2011), quando afirmam que o Estágio Supervisionado é um momento indispensável para que o graduando faça a conexão entre teoria e prática, tornando-se este, uma atividade fundamental no que diz respeito ao desenvolvimento de competências intrínsecas à atuação pedagógica responsável. Por essas razões, nesta oportunidade relataremos as atividades de estágio desenvolvidas na escola, buscando metodologias alternativas para aulas diferenciadas. Assim o presente relato tem como objetivo descrever experiências adquiridas e vivenciadas durante o desenvolvimento do Estágio Supervisionado I. A prática se deu numa Escola de Ensino Fundamental, nas aulas de Ciências Naturais, junto a duas turmas de 7° ano, sendo esta uma escola municipal na cidade de Iguatu - CE, na qual cumprimos com todas as fases do processo do estágio, desde o reconhecimento da escola, duas semanas das observações e as seis semanas de regências. Dessa forma, pudemos estabelecer os vínculos com o próprio cenário da educação básica e vivenciar momentos de reflexão sobre nossa formação docente. Para Capra, Stone e Barlow (2006), o ensino de Ciências e da diversidade animal é indispensável na formação de qualquer indivíduo. Pois estamos a todo momento tomando decisões que afetam o ambiente e os diversos organismos que nele existem e os conhecimentos biológicos nos ajudam a tomar decisões mais adequadas no sentido de colaborar com a manutenção da vida pois, somos mais um nó na teia. Durante as regências, ministramos os conteúdos de zoologia relativos a "Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Anelídeos e Moluscos" para isto, foram realizadas aulas expositivas com apresentação de fotografias dos diversos organismos e exibição de vídeos curtos, relatando os hábitos de vida destes e sua importância na manutenção da vida no planeta e por último, fizemos a revisão dos conteúdos mediante o projeto de ensino. Este projeto consiste em utilizar metodologias de ensino com participação ativa dos alunos, com a finalidade de ajudá-los a construir aprendizagens significativas. Para tanto, disponibilizamos massa de modelar para os alunos produzirem algum animal dos grupos citados. Dessa forma, a metodologia de ensino, cumpriu com a finalidade de utilizar recursos didáticos diferentes (massa de modelar, isopor, fotografias), dos usuais (quadro branco, pincel e livro didático), com o intuito de tornar as aulas de ciências/zoologia, atraentes e lúdicas. O que foi altamente positivo, uma vez que ambas as turmas foram bastante participativas, criativas e entusiastas, revelando suas habilidades com a arte na produção dos animais. E a respeito da aprendizagem, focalizamos nas relações dos humanos com os outros animais e a natureza como um todo, ponto essencial para a melhoria da relação homem-natureza. Ambas as turmas receberam nossos elogios, assim como dos próprios colegas e inclusive do professor regente. Este professor, também nos elogiou pela iniciativa, criatividade e pelos resultados positivos que o projeto obteve junto aos alunos. Sabemos que a zoologia ensinada no Ensino Fundamental está centrada na transmissão de informações tendo como estratégia o uso do livro didático e sua transcrição no quadro, por meio de aulas expositivas e memorísticas tornando os alunos passivos da aprendizagem (BRASIL, 1998). Esta forma de ensinar zoologia na educação básica, pode estar relacionada tanto com a formação dos professores nos cursos de licenciatura assim como com a utilização de métodos tradicionais que ainda são usados para ministrar as aulas. No momento da práxis, que é resultado da prática com reflexão a respeito da teoria, o aluno -professor tem a possibilidade de unir as duas, fazendo com que o estudante obtenha uma aprendizagem significativa, porque, como diz Freire, (1997), "para compreender a teoria é preciso experienciá-la". Deste modo, percebemos um estudante participativo e ativo de sua aprendizagem e o professor (aluno), se torna em mediador junto a este, na aquisição dos conhecimentos. Assim, pudemos perceber a importância do período do estágio e o quanto ele exige dos estagiários reflexão e criatividade, para que os objetivos de ambas as instituições (escola e universidade), sejam alcançados, quer dizer, ocorra o processo de ensino e aprendizagem tanto com os alunos da escola quanto com o futuro professor, assim como que este também tenha a experiência dentro da sala de aula, do desafio, da satisfação e da reflexão, quando tudo dá certo e quando não. Palavras-chave: Aluno-professor. Aulas diferenciadas. Zoologia. Referências BARROS, J. D. S; SILVA, M. F. P; VÁSQUEZ, S. F. A prática docente mediada pelo estágio supervisionado. Atos de pesquisa em Educação, v. 6, n. 2, p. 510-520, 2011. Disponível em: http://www.saofranciscodeassis.edu.br/rgsn/arquivos/RGSN09/artigos/Experiencias-do-estagio-supervisionado.ALVES.CORTEZ.CORTEZ.p.113-128.pdf. Acesso em: 11 ago.2018. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental - Brasília, 1998. CAPRA, F.; STONE, M.K.; BARLOW, Z. (Orgs.) Alfabetização Ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix. 2006, p.114-136. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. 2. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2004. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/poiesis/article/viewFile/10542/7012. Acesso em: 11 ago.2018.