Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIREITOS HUMANOS. UM ESTUDO SOBRE A APAE - ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS (APAE) DE UBERABA

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A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Uberaba é uma entidade civil fundada em 1972 que conta com dezenas de educadores e profissionais nas atividades pedagógicas (além do extenso e especializado corpo clínico), atendendo a 420 alunos portadores de deficiências múltiplas em todas as faixas etárias, oferecendo regularmente o Ensino Infantil, Fundamental I e II, EJA, além de cursos profissionalizantes. Conceitualmente, ‘pessoas com necessidades educacionais especiais' é o educando que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando por isso, de recursos especializados para desenvolver plenamente seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades. Em um acordo internacional celebrado em Nova Iorque em 2016, em uma convenção preliminar das Nações Unidas sobre os direitos da pessoa com deficiência, realçou em seu artigo 24 a questão da "Educação Inclusiva como um direito de todos". Após longas negociações, o objetivo da inclusão plena foi finalmente. Cerca de sessenta delegações de Estado e a Liga Internacional da Deficiência (International Disability Caucus), que representa cerca de 70 organizações não governamentais (ONGs), apoiaram uma emenda proposta pelo Panamá que obriga os governos a assegurar que: as medidas efetivas de apoio individualizado sejam garantidas nos estabelecimentos que priorizam o desenvolvimento acadêmico e social, em sintonia com o objetivo da inclusão plena. A Convenção Internacional sobre Pessoas com Deficiência é o primeiro tratado dos direitos humanos do Século XXI e é amplamente reconhecida como tendo uma participação da sociedade civil sem precedentes na história, particularmente de organizações de pessoas com deficiência. Em que pesem os esforços e diretrizes para a inclusão de crianças portadores de necessidades específicas em escolas regulares, e a delegação ao Estado dessa obrigação, no entanto, as dificuldades materiais, técnicas e mesmo culturais são grandes, e as organizações da sociedade civil, como a APAE, são fundamentais para o atendimento especializado e oferta de educação e inclusão social. Este trabalho tem o objetivo, portanto, de resgatar e analisar os fundamentos epistemológicos que articulam o desenvolvimento das atividades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE e a compreensão dos processos da educação inclusiva. Em termos metodológicos, as reflexões teóricas que perpassam o desenvolvimento desta proposta são fundamentadas em Michel Foucault e Paulo Freire. Entre vários trabalhos e desenvolvimentos conceituais, Foucault sustentou que o poder é algo que circula pelo social, não permanece em lugar único na sociedade. É relacional, ou seja, está numa relação de forças constante, com diferença de potencial. É dinâmico, pode ser invertido a qualquer momento. Se for uma relação, é preciso haver uma cumplicidade. Onde há saber, há poder. Por sua natureza é pesquisa aplicada, visto que objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. A palavra inclusão tornou-se tão comum que extravasou o seu significado social de forma que hoje é possível encontrar restaurantes com "menus inclusivos" (aqueles em que está tudo incluído...) e até "bagagem inclusiva" (talvez aquela que pode levar todos os pertences do seu proprietário). Quando a palavra surgiu nos campos da Educação, da Sociologia e da Política, apareceu para designar algo novo, uma evolução, uma alternativa à palavra "integração". A fundação da primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Brasil ocorreu no Rio de Janeiro, em 1955, organizada por pais e profissionais de diversas áreas, entre professores e médicos, e na sede da Sociedade de Pestalozzi do Brasil foi instalada a primeira escola pra crianças excepcionais. E a APAE de Uberaba foi fundada em 1972, com a liderança de Maria de Lourdes Vasquez Martins Marino, primeira presidente da instituição. Inicialmente, a sede era uma pequena casa localizada na Praça Dom Eduardo, posteriormente foi transferida para a rua Major Eustáquio e, finalmente, em 1989, as instalações próprias, na Rua Dr. Milton Campos, no bairro Amoroso Costa. Atualmente, são atendidos 420 alunos, em todas as faixas etárias, com o atendimento pedagógico e clínico (que conta com várias especialidades da área da saúde). No aspecto pedagógico, em que pesem as especificidades, limitações e heterogeneidade cognitiva dos educandos, são ofertadas as modalidades do ensino regular, do Infantil, Fundamentais I e II e EJA. Os professores são cedidos pela Rede Estadual de Educação, com formação, em sua maioria, em Pedagogia, e, como requisito, devem possuir a habilitação (CAT) em "educação inclusiva". Palavras-chave: Educação Inclusiva, APAE, Direitos Humanos, Emancipação Referências BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Do número ao nome, do caso à pessoa, da solidão à partilha Alguns dilemas e alternativas da pesquisa na Educação. In: A pergunta a várias mãos: a experiência da pesquisa no trabalho do educador. São Paulo: Cortez, 2003 FONSECA, Vitor da. INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO ESPECIAL. Programa de estimulação precoce. 2ª Edição, Lisboa, Notícias Editorial 1997. GUIJARRO, María Rosa Blanco. Ensaios Pedagógicos: construindo escolas inclusivas. Brasília: Seesp, 2005. 180 p. LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar. O que é, Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2006. PERRENOUD, P. A prática reflexiva e o ofício do professor: profissionalização e razão pedagógica in: PERRENOUD, p. (Trad. Cláudia Schilling). Saber refletir sobre a própria prática: Objetivo central da formação de professores. Porto Alegre: Artmed, 2002. "
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

Educação Inclusiva e direitos humanos. um Estudo sobre a apae - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Uberaba, MG Douglas Renan de Oliveira Bortoletti [1]/ douglas.renan014@gmail.com / Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberaba José Lucas Ferreira Júnior [2] / Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberaba Profº. Drº. Anderson Claytom Ferreira Brettas [3] / Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), campus Uberaba Eixo Temático: Educação, diversidade e Inclusão social Resumo O presente trabalho apresenta um estudo sobre a constituição histórica e os fundamentos epistemológicos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Uberaba, a APAE, constituindo-se em um esforço para a compreensão de importantes questões que versam sobre a educação inclusiva, os direitos humanos e a inclusão social. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Uberaba é uma entidade civil fundada em 1972 que conta com dezenas de educadores e profissionais nas atividades pedagógicas (além do extenso e especializado corpo clínico), atendendo a 420 alunos portadores de deficiências múltiplas em todas as faixas etárias, oferecendo regularmente o Ensino Infantil, Fundamental I e II, EJA, além de cursos profissionalizantes. Conceitualmente, ‘pessoas com necessidades educacionais especiais' é o educando que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando por isso, de recursos especializados para desenvolver plenamente seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades. 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A Convenção Internacional sobre Pessoas com Deficiência é o primeiro tratado dos direitos humanos do Século XXI e é amplamente reconhecida como tendo uma participação da sociedade civil sem precedentes na história, particularmente de organizações de pessoas com deficiência. Em que pesem os esforços e diretrizes para a inclusão de crianças portadores de necessidades específicas em escolas regulares, e a delegação ao Estado dessa obrigação, no entanto, as dificuldades materiais, técnicas e mesmo culturais são grandes, e as organizações da sociedade civil, como a APAE, são fundamentais para o atendimento especializado e oferta de educação e inclusão social. Este trabalho tem o objetivo, portanto, de resgatar e analisar os fundamentos epistemológicos que articulam o desenvolvimento das atividades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE e a compreensão dos processos da educação inclusiva. 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