A VISITA TÉCNICA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO ENSINO DE FÍSICA José Carlos de Andrade/ j.c.a.pm@hotmail.com/IFPI - Campus Teresina Central Teresinha Vilani Vasconcelos de Lima/vilani.ifpi.edu.br /IFPI - Campus Teresina Central Processos de Ensino e Aprendizagem- com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo As visitas técnicas quando presente no processo de ensino e aprendizagem da física, podem tornar-se uma atividade essencial na formação dos estudantes. A metodologia de aprendizagem adotada por meio de visitas técnicas, permitem ao aluno construir conhecimentos diversificados de uma maneira rápida e eficaz, além de despertar o senso critico. A relevância da visita técnica apresenta uma possibilidade de construir, demonstrar e aplicar diversos conceitos de física na natureza e no dia a dia, buscando aliar a teoria a um contexto real, onde possibilita no processo de ensino e aprendizagem, o fortalecimento do aprendizado significativo. As visitas técnicas não são apenas passeios escolares, são recursos metodológicos que ajudam na aprendizagem do aluno e deve antes ser planejado de maneira que, nesse novo espaço de confronto, as concepções alternativas sejam transformadas em conhecimentos técnicos e científicos. Diante disto, torna-se uma ferramenta essencial que os prepare para enfrentar as situações adversas do mundo, dando-lhes conhecimentos. A visita técnica enquanto ambiente não formal de aprendizagem, caracteriza-se por uma metodologia de aprendizagem que desperta o aprender, motivando os estudantes a construir uma aprendizagem significativa que segundo professor Marco Moreira (2002), são idéias expressas simbolicamente que interagem de maneira substantiva e não-arbitrária com aquilo que o aprendiz já sabe; Substantiva quer dizer não-literal, não ao pé-da-letra e não-arbitrária significa que a interação não é com qualquer idéia prévia, mas sim com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito que aprende. O espaço de aprendizagem não formal apresentado por Alves; Passos; Arruda (2010, p. 20) "não é fornecida por uma instituição educacional ou de treinamento e não leva à certificação", mais desperta no estudante uma motivação que o leva a explorar outras possibilidades de aprender, pois essa ferramenta consegui promove a interdisciplinaridade, permitindo explorar, criar, coletar, verificar e discutir uma situação problema, um objeto de estudo e outros. A visita técnica como uma proposta pedagógica, pode consolidar o conteúdo de Física, em particular Energia Elétrica, pois aproxima o conhecimento científico e as concepções alternativas dos estudantes, proporcionando a estes um anseio maior de aprender. Nesse contexto de entender a visita técnica como uma metodologia de aprendizagem, surge o problema do estudo: Qual a contribuição da visita técnica no aprendizado do conhecimento da Física?. Diante do problema, foram definidos alguns objetivos: Avaliar se a visitas técnica no ensino da física é importante para maximizar a aprendizagem dos conteúdos vistos em sala de aula; Conhecer qual mudança no processo de ensino e aprendizagem da física a visita técnica provocou nos estudantes; Estabelecer relações entre o conhecimento técnico científico da física e concepções alternativas encontradas nas visitas técnicas; Desenvolver atividades em grupo (relatório) onde os estudantes relatarão as suas aprendizagens e analisar através dos relatórios e grupos de discussões o que além dos conteúdos da Física estes aprenderam. Os sujeitos da pesquisa foram estudantes da 3ª série do Ensino Técnico Integrado ao Médio em Radiologia do (Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Monsenhor Luis Barbosa Corte- CEEPS), Colégio da Rede Estadual de Teresina - PI, Zona Sul. Localizada no Bairro Monte Castelo, atendendo atualmente 1500 ( um mil e quinhentos) alunos e funcionando regularmente nos 03 (três) turnos. A escola oferece 04 (quatro) turmas de 3ª série do Ensino Médio, desse universo os sujeitos da pesquisa foram 01 (uma) turma com 38 ( trinta e oito) estudantes. Os instrumentos de coleta de dados foram um questionário com 05 (cinco) questões abertas e um relatório da visita técnica sobre conteúdo estudado em sala de aula. Esta pesquisa foi de abordagem qualitativa e de natureza exploratória e buscou alcançar o objetivo principal de avaliar se as visitas técnicas no ensino de física são importantes para maximizar a aprendizagem dos conteúdos vistos no espaço formal ( sala de aula). Observa-se que houve uma melhora considerável no rendimento dos alunos, quando analisamos o percentual de alunos com notas acima da média na disciplina Física, tínhamos 13% antes da viagem, e posteriormente esse valor subiu para 78% após a visita técnica, uma melhora de 65% nos rendimentos escolares dos estudantes. Isso significa que os conteúdos abordados durante a viagem provocaram o despertar dos alunos para novos conceitos e a construção de um saber crítico, científico e significativo. Como resultado dessa pesquisa, esta atividade no espaço não formal, proporcionou um maior aproveitamento das atividades exigidas, as respostas ficaram mais claras e objetivas, com um teor técnico e cientifico mais apurado, além de estarem mais participativos no processo de Ensino e Aprendizagem. Os espaços não formais estimulam a criatividade e o raciocínio dos alunos; Quantos aos percentuais, as notas aumentaram consideravelmente, pois os estudantes estavam descobrindo e fazendo conhecimento, onde o objetivo principal era adquirir conhecimento para depois ao longo da vida utilizá-lo. O questionário foi apenas umas das infinitas possibilidades que este conhecimento será utilizado. A avaliação sobre a forma de questionário mostrou que além do rendimento escolar, os estudantes ficaram mais participativos, solidários e enlevados a aprender. Logo com a visita técnica, a aprendizagem torna-se significativa e motivadora para os estudantes, proporcionando uma ferramenta de aprendizagem adequada para os espaços não formais. Os alunos buscam conhecer a forma, o método e a teoria, proporcionando uma melhoria no rendimento escolar, tornando o estudo mais atrativo e aumentado os níveis de aprendizagem. As mudanças da qual os espaços não formais proporcionam aos estudantes são relevantes para uma aprendizagem significativa, pois os conceitos e teorias trazidos pelos mesmos são indispensáveis para a aprendizagem, onde essa construção de conhecimento ocorre somente quando os alunos conseguem aliar o conhecimento trazido previamente e a utilização no cotidiano, caso contrário será apenas uma decoreba, ou seja, uma aprendizagem mecânica. Palavras-chave: Aprendizagem Significativa, Concepções Alternativas, Conhecimento Cientifico, ambiente nao-formal Referências ALVES, D. R. S.; PASSOS, M. M.; ARRUDA, S. M. A educação não formal em periódicos da área de Ensino de Ciências no Brasil (1979-2008). Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, v. 3, n. 1, p.16-40, 2010. GONSALVEZ, Elisa Pereira. Conversar sobre iniciação à pesquisa científica. Campinas: Alínea, 2001. JACOBUCCI, D. F. C. Contribuições dos espaços não formais de educação para a formação da cultura científica. MOREIRA, M. A., Teorias da Aprendizagem 2ª, Ed. São Paulo: EPU, 2011. Mapas conceituais e aprendizagem significativa (revisado), Cadernos de Aplicação 11, 143-156 (2012). MORIN, E. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Bertrand Russel, 2002. VILLANI, A., Mudança conceitual em ensino de física: objetivo ou utopia? In: Palestra de abertura do III Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, 1990, Porto Alegre. Anais: III EMPEF, (1990) p 20-37.