O presente artigo é resultado das diversas experiências vivenciadas com algumas famílias atendidas pelo
serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) no Centro de Referência da Assistência Social
(CRAS I), na cidade de Crateús-CE, durante o período de estágio supervisionado do Curso de Serviço Social
da Faculdade Princesa do Oeste (FPO), nos semestres 2016.2 e 2017.1. O estágio é compreendido aqui como
um momento crucial na trajetória estudantil, indo além da formalidade e da obrigatoriedade para a obtenção
do diploma, uma vez que o perfil profissional do(a)discente começa a ser formado, fortalecendo as
dimensões investigativa e interventiva do(a) futuro(a) assistente social e rompendo com uma visão de que
“na prática a teoria é outra”. O objetivo desse artigo é enfatizar a importância daquele processo formativo e
elaborar uma discussão sobre o fenômeno família, com ênfase no seu caráter contraditório e trazer como tal
categoria é trabalhada tanto como objeto de estudo quanto de intervenção da profissão via política de
assistência social, a qual se constitui como uma das três políticas da seguridade social; abordando, também,
as suas novas configurações e demonstrando a real necessidade de proteção social. Com esse intuito, utilizase
da pesquisa bibliográfica e documental, trazendo as principais discussões, sem a pretensão de uma visão
exaustiva, sobre políticas públicas e sociais dirigidas às famílias, bem como a importância de uma formação
e atuação crítica do Serviço Social, problematizando o conceito de matricialidade sociofamiliar, bem como o
risco de práticas conservadoras e ambíguas as quais levam a responsabilização das famílias muito mais do
que a garantia de direitos desses sujeitos.