O presente artigo resulta do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) para o bacharelado em Jornalismo, na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). O ponto de partida para a produção da pesquisa foram as inquietações acadêmicas acerca das possibilidades e usos da crônica, enquanto jornalismo opinativo, para o meio radiofônico. A crônica Pimentinha de Cheiro do radialista Wilson Machado, veiculada na Ceará Rádio Clube, em Fortaleza, entre as décadas de 1950 e 1980 foi o objeto de estudo. Os textos das crônicas, curtos de no máximo uma página cada um, foram cedidos pelo radialista Wilson Machado do seu acervo pessoal e arquivados em meio digital, pela pesquisa História e Memória da Radiodifusão Cearense (HMRC), da Universidade de Fortaleza. Os textos em estudo abordaram como temas a seca, episódios de comoção social, a evolução de Fortaleza nos esportes, o sensacionalismo dos meios de comunicação e a política eleitoral, além da participação no programa musical do próprio radialista, o Disque M para a Música, que estimulava a interatividade com o ouvinte fazendo uso do telefone. Para o presente trabalho foram delimitadas oito publicações correspondentes ao mês de janeiro de 1958. Ao abordar a crônica como um texto opinativo de viés jornalístico híbrido à produção literária, verificam-se características com base na pesquisa bibliográfica, levando em consideração as marcas da oralidade inerentes ao gênero e ao meio radiofônico. Com base na pesquisa bibliográfica verifica-se a aplicabilidade do texto reflexivo para o rádio e a ausência de elementos textuais que diferenciam a crônica jornalística da literária, fazendo-a reconhecida como produção híbrida ao Jornalismo, a Literatura e a História.