Artigo Anais III JOIN / Edição Brasil

ANAIS de Evento

ISSN: 2594-8318

UM DEBATE SOBRE A BUSCA PELA FELICIDADE “PLENA” DO BERÇO DA FILOSOFIA OCIDENTAL AO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO.

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Publicado em 12 de outubro de 2017

Resumo

O indivíduo contemporâneo é constantemente incentivado a buscar a felicidade, tê-la como objetivo último, o qual deveria ser alcançado através de algum meio específico. Os caminhos propostos são diversos: através de bens materiais, do trabalho, da família, da sabedoria, ou talvez até mesmo de todos esses meios conjuntamente. Dentro desse contexto lógico, os indivíduos ficam perdidos entre diversos meios, que lhe prometem sua satisfação pessoal e social. Pairam então sobre eles diversas dúvidas, tais como: a felicidade é o objetivo último da vida? Como posso alcançar a felicidade? A felicidade pode ser plena? Com essas dúvidas em mente e sem respostas, eles são pressionados (psicológica e socialmente) a seguir um caminho que lhes prometa uma satisfação plena para suas vidas. No mundo contemporâneo, é comum encontrar pessoas entristecidas, decepcionadas, frustradas e até mesmo deprimidas por acreditar que fracassaram em ter uma tão sonhada vida feliz, tendo em vista que projetaram tal propósito para si mesmos durante toda sua vida que, em muitos momentos, é vista como inalcançável e, em outros, como um direito básico. Diante disso, este trabalho visa apresentar diversas formas de pensar a busca pela felicidade, seja ela plena ou não. Para tanto, optamos por trazer ideias de pensadores humanistas que consideramos muito importantes para compreender essa preocupação que permeia por séculos a humanidade. Para esse intento, nossa opção epistêmico-metodológica previu um recorte de pensadores dispostos em três diferentes épocas: na Antiguidade clássica trabalharemos Aristóteles, Epicuro e Sêneca; na modernidade trabalharemos com Schopenhauer; na contemporaneidade, Bauman e Sartre. Optamos por tais autores, considerando que a exposição de suas ideias pode clarear os caminhos da felicidade para o sujeito contemporâneo, já que suas indagações críticas – a esse respeito – provocam-no à ressignificação de sua posição diante da existência. Diante de tais leituras, podemos chegar na conclusão que o ser humano acaba encontrando mais sofrimento e desconforto na sua busca pela felicidade plena, pois acaba fadado à procura por algo que não pode ser encontrado. Pois a felicidade não se trata de algo constante, mas sim algo que pode ser encontrado e reencontrado em diversos momentos, e que podemos estar sempre procurando. A sociedade contemporânea tem a base um certo estereótipo de felicidade, pois vemos a ideologia de um mercado de consumo que nos promete uma certa satisfação pessoal, a partir dos relatos das experiências individuais de pessoas aparentemente bem-sucedidas, nesse sentido os sujeitos repassam a felicidade como o produto de uma receita, quando na verdade esse sentimento possui um caráter limitado pois as experiências individuais não partilham das mesmas satisfações.

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