A relação entre os agentes modeladores do espaço na construção da cidade de Pau dos Ferros, desde a sua ocupação e fundação, configura uma estrutura fundiária carregada de significados oriundos do passado. A convivência e conivência da Igreja Católica com outros agentes ao longo dos séculos contribuíram significativamente para a formação da cidade, tendo como plano de fundo as transformações na sua configuração física e no processo de secularização do espaço urbano. Com a lei de terras no século XIX e leis de parcelamento do solo urbano no século XX, o patrimônio da Igreja ganha o incremento da renda da terra a partir da mudança nos usos, forma e função do solo mediante ação e coexistência dos diversos agentes produtores da cidade. Neste sentido, pretende-se discutir a atuação da Igreja Católica no processo de constituição de Pau dos Ferros. Para tal, relaciona-se a produção do espaço urbano na cidade e seu processo de secularização, evidenciando a ação dos agentes que a configuraram. Isto posto, o estudo revela a hegemonia do poder eclesiástico combinado ao poder político como agentes norteadores na produção do espaço urbano em Pau dos Ferros, resultando num processo de secularização diferenciado, alimentado pela consistente e constante atuação da instituição até os dias do hoje.