O presente artigo tem como metodologia análise crítica da obra de Paulo Freire tendo como foco Cartas à Guiné-Bissau (FREIRE, 1978), mostrando que educação deve partir da cultura a qual pertence o educando, como sempre foi indicado por Freire em todas suas obras e tentando evidenciar que a educação afrodescendente deve se dá a partir da cultura afrodescendente. Desta forma, para Freire a única maneira de educar para a prática de uma verdadeira liberdade é através da cultura, somente através da sua cultura e não da alheia o homem é capaz de se educar, este educar abre as diversas possibilidades de acumulação e aquisição das culturas diferentes, verifica-se que o homem é um produto no meio cultural (LARAIA, 2004) que linguagem, conforme Thornton (2004), é o elemento cultural mais estável, confirmando que o conjunto das línguas africanas foi o elemento mais frágil das culturas africanas para sobreviver e se desenvolver no mundo atlântico, embora os griôs na África tivessem um papel importante na conservação e transmissão das tradições orais (BARRY, 2000) e constatar que o ensino da história da África no Brasil passa a ser obrigatória, Lei 10.639/2003. Assim as culturas da África se articulam com o Brasil formando uma vinculação cultural e política favorável a alfabetização e educação em si. “A compreensão da história das sociedades africanas e a dos povos afrodescendentes permite maiores possibilidades de articulação internacional do Estado brasileiro” MOORE (2008, p. 132), mostrando a importância de um ensino através da cultura.