Os arranjos, que agrupam pais e mães do mesmo gênero, denominados de famílias homoparentais, gradativamente são mais visíveis no espaço social. Não é que são novas formas de família, pois já existiam, mas as mudanças sociais permitem o seu aparecimento. Nesse sentido, a escola é uma das instituições da sociedade que recebe diariamente as subjetivações oriundas dessas mudanças e a diversidade existente, sendo necessário problematizar como ela tem acolhido tais famílias e que discurso tem produzido sobre elas. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar os conhecimentos das professoras da Educação Infantil, da cidade de Santa Cruz do Capibaribe- PE, sobre a homoparentalidade e as diversas configurações familiares, e compreender como elas lidam com essas questões no cotidiano escolar. Para isso, realizou-se uma pesquisa qualitativa, na qual foram entrevistadas 8 professoras das redes privada e municipal de ensino. O estudo constatou que as docentes ainda enxergam o conceito de família como algo natural, e que não deve fugir aos moldes clássicos; que aceitam condicionalmente o outro tido como transgressor; e que as suas falas apontam para a fragilidade das fronteiras que separam as sexualidades “normais” das desviantes.