Em razão de sua tolerância ao déficit hídrico e bom potencial forrageiro, o milheto destaca-se como uma alternativa para o Semiárido brasileiro. A utilização de irrigação e cobertura morta, a fim de se conservar a umidade edáfica, também são técnicas adequadas para regiões semiáridas. No entanto, não há relatos na literatura da utilização desta última para o milheto. Objetivou-se verificar o efeito da cobertura morta do solo na produtividade da cultura do milheto, irrigado em ambiente semiárido. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, com dois tratamentos (com e sem cobertura morta sobre o solo) e quatro repetições. Foi inserido, em cada parcela, 19,5 t ha-1 de cobertura morta sobre o solo proveniente de restos de plantas espontâneas, predominantemente capim-corrente, sem reposição durante os ciclos. O experimento foi irrigado por um sistema de gotejamento com base em 120% da evapotranspiração de referência, a qual foi calculada pela equação proposta por Penman-Monteith. Na colheita, foi contabilizado o número de plantas por metro linear, como também foram pesadas sete plantas por parcela a fim de se extrapolar a produtividade da cultura. Em seguida, foram colhidas mais três plantas, as quais foram fracionadas e levadas à estufa para obtenção da massa seca. A cobertura morta não afetou o rendimento de matéria verde e nem de matéria seca da cultura ao longo de três ciclos. Isso sugere o desenvolvimento de novas pesquisas a fim de se determinar a quantidade ideal de cobertura morta, bem como o tempo de reposição da mesma na área.