A produção rural no semiárido nordestino é carente de técnicas de planejamento para as safras de produtos agrícolas, de acordo com estudos meteorológicos para a região, considerando o aproveitamento/uso e reuso das águas. Embora exista assistência técnica rural feita por órgãos competentes, muitos agricultores não são beneficiados com essa assistência por desconhecerem e/ou por não procurarem informações. Questão imediata no semiárido, o uso racional da água visa a sua conservação e o seu melhor aproveitamento na perspectiva da produção vegetal. O objetivo geral deste trabalho é identificar as técnicas da produção rural utilizando água pelos agricultores do semiárido na cidade de Campina Grande-PB e justifica-se por abordar o manejo da água na produção vegetal da região. A metodologia utilizada é do tipo estudo de caso, com aspectos quantitativos e qualitativos. Utilizou-se um questionário com 20 (vinte) perguntas abertas e fechadas, abordando o manejo da água na produção, o qual foi dividido em 04 (quatro) dimensões: captação de água; armazenagem de água; reuso da água; e custo da água. O universo desta pesquisa é representado por agricultores locais, adeptos da política pública Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, esta especificamente voltada aos agricultores da região semiárida, Pronaf Semiárido, no entre safra 2013 - 2017, dos quais 15% compõem por acessibilidade a análise do estudo. Expondo os resultados através de análise de conteúdo. A captação da água das chuvas ocorre em breves períodos, fontes subterrâneas de poços artesianos configuram alternativa para captação da água na região. O abastecimento através da rede de distribuição pública surge em alguns casos. E nos períodos de crise hídrica e racionamento, comprar água de carros-pipa configura outra possibilidade de captação. A armazenagem da água apresenta particularidades nas unidades de produção quanto ao tipo e capacidade, predominando açudes, barragens e cisternas, além de tanques e caixas d’água. Os agricultores familiares consideram a água a que têm acesso de boa qualidade, definindo-a como o recurso principal da sua atividade produtiva. Os resultados mais relevantes do estudo se relacionam ao valor da água como um insumo de produção na agricultura familiar, na qual a falta de acesso ao conhecimento técnico no semiárido mantém tais mecanismos desconhecidos pelos agricultores que não atribuem o valor real da água consumida. As águas passíveis de reuso no semiárido são as águas salinas e as águas de uso doméstico as quais, com auxilio de tecnologias específicas, são redirecionadas, principalmente, para a produção vegetal. Não foram identificados mecanismos voltados a estes fins nas propriedades, havendo, de modo incipiente, uma noção de reuso que não considera o tratamento da água, contribuindo com a degradação do ambiente. Para que ocorra o uso racional da água como recurso fundamental para a agricultura familiar no semiárido, percebe-se a necessidade de desenvolver estruturas, aperfeiçoando sua captação e armazenagem, bem como o relevante papel dos técnicos no estímulo ao uso de tecnologias que possibilitem o reuso da água e a atribuição do seu valor real, incentivando o seu uso racional na produção vegetal da região do semiárido.