As concepções de História e de sujeitos históricos mudam ao longo do tempo. De acordo com Adhemar Marques e Flávio Berutti (2009, p.39), na medida em que novas maneiras de se compreender a História vão surgindo, novos sujeitos históricos também vão ganhando espaço na historiografia. No século XIX, tivemos o respaldo da História dita Positivista. Nesta linha historiográfica, são abordados temas relacionados aos os grandes nomes, aos grandes fatos e aos grandes feitos. No século XX, a partir do materialismo histórico de Marx e Engels, novos sujeitos começaram a emergir, e a luta de classes emerge nessa linha historiográfica. Com a renovação historiográfica da Escola dos Annales, a partir de 1920, novos sujeitos históricos passaram a ganhar espaço na historiografia. Partindo do pressuposto de que nos últimos tempos temos uma História norteada não mais simplesmente por narrativas, e sim por uma história problema em que os acontecimentos do presente e do passado passaram a exigir do oficio do historiador perguntas pertinentes e críticas, o presente artigo busca analisar as representações do índio no livro didático de História, como também busca refletir sobre a importância da lei 11.645 que estabelece a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Indígena nos estabelecimentos de ensino públicos e privados de todo o país. A obrigatoriedade do ensino da cultura indígena na educação básica trouxe para o cotidiano escolar discussões que versam sobre conhecimentos, saberes, e modos de vida dos povos indígenas. Para atender a tais objetivos, analisaremos o livro didático do 1º ano do Ensino Médio, intitulado História Global, do autor Gilberto Cotrim, 2017, e usaremos como suporte teórico as obras de alguns autores que discutem a temática indígena como: ALMEIDA (2015), DUARTE (1998), CORTELLA (2001) e CHARTIER (2002); este último discute o conceito de representação.