O presente texto é o resultado de um esforço em parceria dos seus autores, não apenas como um exercício de final de disciplina do Mestrado Profissional em Ensino de História-UFPE, mas, sobretudo, como uma análise de como temos planejado, executado e avaliado nossas aulas. A ideia surgiu na formatação de avaliação da disciplina História do Ensino de História ministrada pela professora Dra. Adriana Maria Paulo Silva e para nos enquadrarmos na perspectiva da proposta que tinha como alvo propiciar uma proposição didática inovadora através de temáticas que fugissem do tradicional currículo prescrito e que, sobretudo, fosse significativa à vida do aluno, optamos por dar voz aos silenciados na história. Porém, como eles são muitos, buscamos um recorte biográfico de um personagem ainda pouco conhecido no âmbito da educação básica que é MAHOMMAH GARDO BAQUAQUA. Este que, por volta de 1845 foi escravizado ainda na África e trazido para o Brasil nessa mesma condição sofrendo as diversas agruras do sistema, porém, mantendo sempre vivo o seu desejo de conquista da liberdade conquistando-a após dois longos anos, inclusive, acompanhada da consecução da cidadania canadense (local onde ele conseguiu registrar a sua autobiografia). Como mote de partida decidimos suscitar alguns questionamentos para a relação dos objetivos didáticos da aula em questão: a cidadania e a escravização no século XIX como um processo dicotômico, além de dar visibilidade a Baquaqua e sua biografia denunciando os abusos, o sofrimento, a perda de direitos que ocorreu com ele no seu encarceramento e, sobretudo, a sua nova liberdade após intensas lutas pela sua própria sobrevivência.