Este trabalho pretende refletir acerca da temática gênero, educação e tecnologia com base em dados obtidos por meio de pesquisas realizadas com alunas do Curso Técnico de Informática Integrado ao Ensino Médio (IFNMG – Campus Almenara). No que se refere ao âmbito teórico, Olinto (2011) aponta que construir carreira na área de ciências e tecnologias é uma escolha predominantemente masculina e que, no Estado Brasileiro, entre os anos de 2001 e de 2013, menos da quinta parte dos alunos matriculados em Ciências da Computação e Engenharia da Computação eram do sexo feminino. Porém, tais visíveis discrepâncias entre gêneros na educação não existem por falta de habilidades cognitivas, acadêmicas ou de aprendizagem por uma das partes; e sim, devido à pré-formação social que os indivíduos receberam, alterando suas áreas de afinidade e pensamento lógico. Metodologicamente, as discussões em torno da participação feminina no curso de informática surgiram a partir da demanda de alunos e alunas que integram tanto o Clube de Robótica quanto de Mulheres Mil, ambos cursos de extensão que, a priori, não se interceptaram, dados os desafios da interdisciplinaridade na instituição. Posteriormente, professores de linguagem e de informática se reuniram para refletirem acerca da possibilidade de integração entre essas duas áreas de saber. Em seguida, foi realizado breve estado da arte sobre a temática gêneros no campo das tecnologias, para, por fim, um questionário ser realizado com todas as estudantes do Curso Técnico de Informática Integrado. A aplicabilidade de tais teorias no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Almenara - pode ser comprovada estatisticamente ao se fazer a análise de dados, como a proporção entre gêneros no campo das tecnologias: há aproximadamente 2,6 meninos para cada 1 menina. Por intermédio da pesquisa sociocultural com as meninas matriculadas no curso técnico de informática, pode-se afirmar que 64% das alunas optaram pela área de informática por falta de outras alternativas que lhes atendessem melhor, e que apenas 29% dessas escolheram o curso por afinidade – sendo que houve 10.7% de abstenções. Considerando as informações - teóricas e estatísticas - coletadas e analisadas, pode-se notar a falta de interesse feminino - sociologicamente construído - para o campo tecnológico. Tal situação é causada por determinado cenário social, que inibe a participação das mulheres em ramos lógico-matemáticos e computacionais, fazendo com que se reduza o número de alunas em cursos dessas esferas acadêmicas. Isso pode minimizar e limitar o potencial acadêmico feminino e reforçar o status quo da sociedade patriarcal.