Visto que não nascemos com a capacidade de leitura e a adquirimos através do processo de evolução, é natural eventuais dificuldades nesse processo, todavia não ao ponto de impedir um aprendizado. E assim acontece com o disléxico. Este distúrbio da linguagem ou especificamente da leitura altera no indivíduo possibilidades de aquisição da leitura ou até mesmo depois de adquiri-la, perdê-la. Diante disso, o presente estudo apresentou como objetivo geral compreender a dislexia a partir do ponto de vista da pessoa disléxica. Utilizou-se como aporte metodológico o Estudo de caso. Participou da amostra uma jovem-adulta, de 21 anos, dispondo de um laudo neurológico com dislexia. Para tal utilizou-se como instrumentos de coleta de dados o Termo de consentimento livre e esclarecido, para assegurar as questões éticas da pesquisa com devida assinatura da jovem, e instrumentos psicopedagógicos como a escuta e uma entrevista semiestruturada. A partir desses processos estabelecidos e concretizados, foram analisadas qualitativamente as informações e descritas em forma de relato, tanto a escuta como a entrevista, e discutiu-se os dados com a fundamentação teórica abordada. E com isso verificou-se que de fato a percepção do disléxico sobre a dislexia é de grande importância para o delineamento das limitações na leitura e escrita e habilidades individualizadas, considerando sua especificidade e a relevância destas relações na aprendizagem do indivíduo. Visto que na dislexia, o meio e suas relações são fundamentais para a aprendizagem. Assim o presente estudo contemplou os objetivos propostos, de modo que apresentou a percepção do indivíduo com dislexia com relação ao convívio com esse transtorno da aprendizagem, das ações voltadas para sua inserção na escola, e finalmente as relações, de familiares, professores e alunos, em relação a dislexia.