O presente artigo surgiu de uma pesquisa de campo realizada no Cariri Paraibano na cidade de Sumé, e teve como principal objetivo investigar a percepção e compreensão da criança sobre sua própria infância. Participaram do estudo vinte crianças na faixa etária de seis a dez anos, regularmente matriculadas na Rede Municipal de Ensino, e integrantes do Programa Bolsa Família do Governo Federal. No que se refere a análise dos dados, optou-se pelo método qualitativo, visto que a pesquisa qualitativa busca alçar as inter-relações do objeto em estudo, em suas particularidades ou experiências individuais. A partir dos resultados da pesquisa foi possível constatar que as crianças percebem suas infâncias como sendo construídas através de muitas brincadeiras, medos e inseguranças. Se observou que as interações sociais com os adultos são frequentes, mas não se constituem como relações de respeito e afeto. As crianças demonstraram estar insatisfeitas com seus corpos e preocupadas em seguir os padrões determinados pela mídia. Ainda se verificou que as crianças e suas famílias possuem baixa renda, e que lhes faltam necessidades básicas. Espera-se que, ao ser socializado, esse artigo possa contribuir para fomentar o debate acerca da necessidade de se oferecer as crianças do Cariri Paraibano, maiores oportunidades de serem ouvidas e respeitadas como cidadãs de direito.