O presente artigo aponta resultados parciais de um estudo realizado entre a obra Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire e a Teoria da Afrocêntricidade de Molefi Kete Asante. Diante das reflexões interdisciplinares suscitadas através do espaço do grupo de estudos (GEINCOS) da Universidade Federal da Paraíba. Buscando, assim identificar possíveis aproximações dialógicas entre o paradigma da Afrocêntricidade - seus fundamentos teóricos na elaboração de uma epistemologia curricular - e suas relações com a obra submetida a análise a Pedagogia do Oprimido. Metodologicamente, o estudo foi desenvolvido através de um procedimento bibliográfico e de caráter qualitativo. O corpus do trabalho foi constituído a princípio destacando a contribuição da proposta afrocêntrica para processos de reconhecimento, pertencimento e afirmação identitária afro-brasileira. Em seguida contextualiza-se o surgimento de um movimento afrocêntrico em meados de 1960 e sua consolidação enquanto sistematização epistemológica na década de 80 no Canadá. A partir da análise conceitual das obras citadas depara-se com uma construção epistemológica as quais os autores mesmo utilizando-se de categorias distintas possuem posicionamentos políticos e posições dialógicas acerca da consciência do sujeito histórico (Paulo Freire) e o agenciamento afrocêntrico (Asante). As mediações surgem no horizonte interpretativo pela intrínseca necessidade da libertação prescindir uma pedagogia que seja e tenha uma práxis no pressuposto do oprimido e torne a opressão pautas e objetos de seu processo. Assim chega-se afirmar que uma práxis da pedagogia afrocentrica constitui-se como aquela que põem as imediatas problemáticas em sua órbita a qual a agencia no centro é a da própria conscientização da identidade do que pode não ser mais ou é oprimido e assume sua história, ou seja, afrocêntriza-se. Consideramos a partir desta discussão que a Afrocêntricidade é um paradigma que permite aos afro-brasileiros localizar-se ao centro de sua experiência, e, recolocarem-se, afinal como adverte Asante compreendida a proporção do agenciamento pode provocar uma marginalização como centro das práticas pedagógicas, concebendo a educação como um elemento de liberdade e mudança social articulando a experiência da reflexão do oprimido e do opressor sobre sua historicidade. Um paradigma afrocêntrico possibilita inserir em seu espaço epistemológico através de relações e mediações em um circulo conceitual problemáticas relacionadas a experiência com a África, Diásporas, Pan Africanismo. Propondo-se identificar elementos afrocêntricos na experiência afro-brasileira de Paulo Freire tomando como pressuposto desta a obra Cartas à Guiné – Bissau Registros de uma experiência em processo como objeto de comparação epistemológica. Destacam-se a principio os desdobramentos teóricos que essa localização de Paulo Freire signif ica na inaugural reflexão que a possível materialização de uma epistemologia política tenha ocorrido no âmbito da sua práxis no território do mundo africano.