O presente artigo tem por objetivo descrever um relato de experiência, com uma abordagem multirreferencial, sobre as origens distantes e próximas de experiências pedagógicas humanistas utópicas que se constituíram como inspiração na construção da Escola Nossa Senhora do Carmo, um projeto social, nascido das orações das Irmãs Carmelitas e assumida por seus educadores, para atender crianças e jovens campesinos, bem como educandos em situação de vulnerabilidade social, com Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Finais, localizada numa zona rural, do município de Bananeiras-PB. Experiências não apenas em teorias, mas escolas concretas que de uma maneira ou de outra tentaram realizar experiências semelhantes à da Escola e que embasaram seus ideais e suas práticas. Várias experiências, realizadas com a tentativa de quebrar com essa estrutura massificadora e criar uma escola humanista para todas as idades, cujos princípios se fundamentam na prática da liberdade, na busca da autonomia, na relação dialógica e na afetividade. Experiências que saíram de lugares diferentes, em tempos diferentes, como a Escola da Ponte, em Vila Rica, na cidade do Porto, em Portugal, sem seriação, nem salas de aulas, nem provas; Summerhill, na Inglaterra, uma escola no campo, as crianças livres e com poder de decisão; as experiências de Anton Makarenko, na Rússia, cujo princípio básico era a coletividade; Paulo Freire, com sua proposta de educação popular, cuja gênese está numa escola pensada com e para os seus sujeitos; Helena Antipoff, em Minas Gerais, com a importância da integração escola e comunidade, bem como a formação do educador e Montessori, na Itália, destacando a importância do ambiente no desenvolvimento psicossocial e cognitivo das crianças e do silêncio para o autoconhecimento.