As discussões sobre o ensino de nomenclaturas gramaticais, nas escolas básicas, situam-se entre as perspectivas tradicional e linguística, embora esta última, ainda não faça parte, efetivamente, das aulas de língua portuguesa. Nesta aula, o livro didático, o principal instrumento de trabalho do professor (a), parece seguir na direção da Gramática Tradicional (GT). Diante da necessidade de acirrar esse debate e ampliar as possibilidades de aprendizagem dos alunos do ensino fundamental, objetivou-se analisar o uso da Concordância Verbal (CV) na Gramática Tradicional (GT) e na Gramática do Português Brasileiro (GPB), com o propósito de avaliar a adequação desse conteúdo (CV), proposto por cada gramática, à realidade dos alunos do ensino fundamental II, de escolas básicas. Nessa perspectiva, realizou-se um estudo comparativo entre a visão da gramática tradicional de Almeida (1998), cuja ideia está respalda em um ensino gramatical normativo em sala de aula e a visão da Gramática do Português Brasileiro de Bagno (2013) que reforça a necessidade de estudar a língua contextualizada, ou seja, estudar a linguagem em práticas sociais reais de uso. Para se compreender as visões dos autores citados acima e efetivar a proposta, contou-se com as contribuições teóricas dos PCN (1998), de Antunes (2014), Bezerra e Reinaldo (2013), Bortoni-Ricardo (2005), Neves (2012) Palmares e Bravin (2012), Vieira e Brandão (2013), Scherre (2005), Bagno (2013) entre outros. E do ponto de vista da metodologia utilizou-se uma pesquisa bibliográfica, descritiva/interpretativista. De acordo com a análise das duas gramáticas, que entendem de forma distinta, o uso e a funcionalidade da gramática em sala aula, considerou-se que a gramática trabalhada na perspectiva linguística (Bagno, 2013) é a mais viável, devido ao fato dela entender que a língua perpassa sempre por um processo de transformação socio-histórica, e que resulta em falantes dotados de inúmeros aspectos linguísticos, os quais a escola não consegue acompanhar. No entanto, a gramática normativa, como a de Almeida (1998) ainda tem o seu espaço na sala de aula. Cabe, portanto, aos professores de língua materna, levar para a sala de aula outras formas de complementação de estudos gramaticais, para que o ensino e a aprendizagem possam dá um salto de qualidade em nossas práticas de ensino.