O presente artigo se constitui enquanto um recorte da pesquisa concluída no ano de 2016, que investigou o processo de fechamento das escolas no campo do município de Itapejara D’Oeste, localizado na região Sudoeste do Estado do Paraná. A pesquisa fundamenta-se pela abordagem qualitativa de análise dialética das questões investigadas, das informações ou dados correspondentes a partir da tipologia metodológica de estudo de caso, utilizando-se de entrevistas semiestruturadas e análise documental. Seu objetivo geral foi analisar o processo de fechamento e tentativas de fechamento das escolas com a oferta dos anos finais do Ensino Fundamental no campo em Itapejara D’Oeste. Diante da redução populacional do campo, principalmente, em decorrência da adoção de um modelo de agricultura excludente, expropriatório e exploratório, intensifica-se o processo de fechamento e tentativas de fechamento das escolas no campo sob o predomínio das justificativas e critérios econômico-quantitativos na gestão da política educacional para essas escolas, desconsiderando aspectos sociais e culturais que se fazem presentes na questão da oferta da educação no campo. Entre os resultados da pesquisa, constata-se uma grande dívida histórica com a educação dos povos do campo. O Ensino Fundamental, anos iniciais e anos finais, foi implantado no campo de forma precária e insuficiente, condição associada ao descaso dos poderes públicos com a educação da população do campo, evidenciado pelas necessárias ações de apoio financeiro dos moradores das comunidades para a manutenção e viabilização do funcionamento das instituições escolares. Evidencia-se também efeitos nocivos decorrentes do fechamento das escolas no campo sobre os sujeitos e comunidades.