TELES, Maria Estely Rodrigues. O ato da escuta para a inclusão escolar do surdo. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/37555>. Acesso em: 22/11/2024 11:27
A Inclusão social e principalmente a inclusão escolar aparece como um paradigma que precisa ser quebrado diante da diversidade que há. Dentro deste ciclo dos excluídos e/ou somente integrados, a comunidade surda enfrenta tantas dificuldades quanto outras pessoas com necessidades educacionais especiais. A aflição se dá pelo fato de que essa discussão a cerca da inclusão do surdo na sociedade e no âmbito escolar é antiga, mesmo a educação inclusiva sendo algo legitimado. Ou seja, a existência das leis não é suficiente para a efetivação da inclusão escolar. A partir daí, pretende-se refletir sobre os moldes da inclusão do surdo em meio ao espaço que é dado ao ato de escutar, a necessidade de quebra de paradigmas e levantar os possíveis responsáveis para favorecer esse espaço da escuta. Isso, para responder o questionamento de como a inclusão escolar do surdo poderia ser efetivada. Assim, para esta discussão toma-se como referência o princípio da escuta do surdo. Escuta daquele que historicamente nunca foi “ouvido”. Isto porque na maioria das vezes quem opina, fala o quê está errado ou não, e diz o que é necessário para a inclusão aconteça, são os próprios ouvintes. Quem sugere e discute são os professores, instrutores, intérpretes e familiares das pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Pouco se ouve falar que é o surdo quem “fala” sobre os problemas enfrentados na escola. Além disso, não se pode desprezar que o surdo é um ser pensante, possuindo apenas uma língua diferente da predominante. Por isso, é preciso dar voz ao surdo para aumentar as possibilidades e para poder encontrar formas mais eficientes e eficazes de atendê-los a partir de suas necessidades reais. A discussão é feita a partir de uma pesquisa bibliográfica tomando como base os autores: Andrade (2007) e Bardin (1977), além de todo um aparato teórico da temática baseado em Skliar (2005); Sala (2013); Gesser (2009) e outros teóricos.